Sexta-feira, 21 de Novembro, 2025

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Angola estreia-se no Africa Investiment Fórum com quatro projetos de três mil milhões de dólares

Angola vai apresentar pela primeira vez quatro projetos na ordem dos três mil milhões de dólares (2,5 mil milhões de euros) no Africa Investiment Fórum, a decorrer em Rabat, Marrocos, entre 26 e 28 deste mês.

Angola estreia-se no Africa Investiment Fórum com quatro projetos de 2.500 ME

Segundo o economista chefe do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), os projetos a serem apresentados por Angola estão ligados às áreas dos fertilizantes, logística (portos e cabotagem), água e saneamento e de agroprocessamento.

Joel Muzimba destacou a informação durante a mesa redonda com o tema “Diversificação dos Instrumentos Financeiros – Onde estamos e para onde pretendemos ir”, abordado no XIV Fórum Economia & Finanças, promovido pela Associação Angolana de Bancos (Abanc).

O economista chefe do BAD salientou que o setor privado está convidado “a tomar parte nesta feira internacional, a única que consegue mobilizar num único ano 48 mil milhões de dólares [41,3 mil milhões de euros] em financiamento”.

“Este ano, é um ano de inovação, e quem traz a inovação é Angola. Pela primeira vez, Angola terá (…) projetos na ordem dos três mil milhões de dólares, na área dos fertilizantes, logística [portos e cabotagem], água e saneamento e agroprocessamento. E esses projetos vão ser exibidos na escala do topo, e queremos mostrar que em Angola também somos capazes”, frisou.

O Africa Investiments Forum, organizado pelo grupo do BAD e parceiros fundadores, vai reunir investidores, patrocinadores de projetos e líderes governamentais, para promover projetos africanos nos setores das infraestruturas, digitalização, agronegócio e energia.

Durante o debate, Joel Muzimba destacou que o BAD, um banco pan-africano, com um capital de 300 mil milhões de dólares (258,1 mil milhões de euros), consegue empréstimos a taxas de juros abaixo de 4%.

Joel Muzimba referiu que em Angola as pequenas e médias empresas (PME) têm dificuldades para aceder a créditos, principalmente com o BAD, “porque o limite para o banco são 30 milhões de dólares [25,8 milhões de euros]”.

De acordo com o economista chefe do BAD, o banco financia apenas um terço dos 30 milhões de dólares “e ajuda o empreendedor a conseguir o outro um terço”, sendo obrigação do empresário entrar também com um terço.

“Quem é que tem 10 milhões de dólares [8,6 milhões de euros] nas PME aqui em Angola?”, questionou, apontando como soluções as garantias parciais de risco, que cobrem não só o risco cambial, que tem sido um entrave ao crédito no país lusófono, e as garantias que cobre o risco de operação.

“O Quénia, a Nigéria, estão a beneficiar deste instrumento”, disse Joel Muzimba, acrescentando que se “fez festa com os recursos do BAD”, mas os empresários angolanos “estão a dormir”.

“Aqueles que têm músculo financeiro estão a dormir”, frisou.

Lusa

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