Nova Iorque, 25 de Setembro de 2025 — O Presidente da República de Angola e Presidente em exercício da União Africana, João Lourenço, dirigiu esta quarta-feira, no edifício-sede das Nações Unidas, os trabalhos da Reunião do Conselho de Paz e Segurança (CPS) da UA, realizada a nível de Chefes de Estado e de Governo, à margem da 80.ª Sessão da Assembleia Geral da ONU.

Sob o lema “Revigorar a Prevenção e Resolução de Conflitos em África”, a sessão reuniu líderes africanos que alertaram para a urgência de se pôr termo ao ciclo de instabilidade que continua a atrasar o desenvolvimento do continente. Na sala, a mensagem foi clara: “Não é hora de novas narrativas, simplesmente há que parar, fazer a paz em África”.
Na abertura, João Lourenço sublinhou que os conflitos persistentes em África minam a paz, fragilizam as instituições democráticas e travam o progresso económico e social. O estadista angolano apelou a uma acção firme, imediata e coordenada, defendendo soluções africanas para problemas africanos, sem dependência excessiva de terceiros.
O Presidente destacou ainda a importância de instrumentos normativos e políticos já existentes, como a Carta Africana sobre a Democracia, Eleições e Governação, a Arquitectura Africana de Governação e o Mecanismo Africano de Apoio às Transições Políticas Inclusivas, que devem servir de base para estratégias de reconciliação, diálogo e promoção da tolerância.
Entre os conflitos que exigem maior atenção, João Lourenço apontou os casos da Líbia, Sahel, Leste da RDC e Sudão, apelando a esforços urgentes de mediação para aliviar as crises humanitárias.
O líder africano reforçou a necessidade de maior harmonização entre a União Africana, as Comunidades Económicas Regionais e os Mecanismos Regionais, bem como do fortalecimento do Fundo de Paz da UA, a fim de garantir maior autonomia africana na gestão e resolução de conflitos.
Para Lourenço, a paz é condição indispensável para o sucesso da Agenda 2030 das Nações Unidas e da Agenda 2063 da União Africana, que visam assegurar prosperidade, integração regional e soberania económica no continente.
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