Sexta-feira, 26 de Setembro, 2025

O seu direito à informação, sem compromissos

Pesquisar

João Lourenço exige maior representação de África no Conselho de Segurança da ONU

Nova Iorque – O Presidente da República de Angola e Presidente em exercício da União Africana, João Lourenço, reafirmou este domingo, em Nova Iorque, a posição africana de reivindicar dois assentos permanentes e cinco não permanentes no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

João Lourenço exige maior representação de África no Conselho de Segurança da ONU

Ao discursar na 7.ª Cimeira do Comité de Chefes de Estado e de Governo da União Africana sobre a Reforma do Conselho de Segurança, realizada à margem da 80.ª Sessão da Assembleia Geral da ONU, João Lourenço defendeu que a exigência de África “não é nem excessiva nem simbólica, mas sim a expressão de um direito legítimo assente na realidade geopolítica actual”.

O líder da União Africana recordou que África concentra cerca de 17% da população mundial (mais de 1,4 mil milhões de pessoas), ocupa quase um terço dos assentos na Assembleia Geral da ONU e é o continente mais abordado na agenda do Conselho de Segurança — cerca de 70% —, sendo paradoxalmente o menos representado.

“Um Conselho de Segurança que aborda África em cerca de 70% da sua agenda não pode continuar sem África como membro permanente”, frisou.

Consenso de Ezulwini e Declaração de Sirte como base

Na sua intervenção, João Lourenço evocou o Consenso de Ezulwini (2005) e a Declaração de Sirte (2005), documentos que consagram a posição comum africana sobre a reforma do Conselho de Segurança. Para o Presidente, essas resoluções representam a vontade colectiva do continente em corrigir uma “injustiça histórica” e obter uma representação equitativa no órgão máximo de decisão da ONU.

Multilateralismo e legitimidade global

O Chefe de Estado angolano alertou ainda para o risco de descrédito do Conselho de Segurança caso continue a marginalizar África:

“Um Conselho que exclui um continente inteiro da participação plena não pode aspirar a ser respeitado como guardião da paz e da segurança internacionais.”

João Lourenço defendeu o multilateralismo como alavanca essencial para garantir justiça, equidade e desenvolvimento sustentável, sublinhando que África “não é apenas vítima dos grandes desafios globais, como as mudanças climáticas, pandemias e terrorismo, mas também parte da solução”.

Unidade africana como força de pressão

O Presidente angolano apelou à união e firmeza dos Estados africanos em torno do Comité dos Dez (C-10), coordenado pelo Presidente da Serra Leoa, Julius Maada Bio, e responsável pela defesa da posição comum africana.

“É na unidade e na constância que a nossa posição ganhará força, credibilidade e impacto”, concluiu João Lourenço, deixando apoio incondicional ao trabalho do C-10 e reafirmando a necessidade de África ter uma voz activa e determinante nas decisões sobre paz, segurança e desenvolvimento globais.

×
×

Cart