Domingo, 16 de Novembro, 2025

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João Lourenço defende maior mobilização do sector privado para impulsionar desenvolvimento em África

Nova Iorque – A jornada de domingo, 2.º dia do programa oficial em Nova Iorque, foi marcada pela participação do Presidente da República de Angola e líder em exercício da União Africana, João Lourenço, em dois importantes momentos de debate no quadro da Assembleia Geral da ONU.

João Lourenço defende maior mobilização do sector privado para impulsionar desenvolvimento em África

Na primeira parte do dia, João Lourenço interveio numa mesa redonda de alto nível entre as Nações Unidas e a União Africana, centrada no papel do sector privado como motor de crescimento económico no continente. O evento integrou a série de encontros paralelos à abertura do 80.º debate geral da Assembleia Geral, que arranca esta terça-feira.

No mesmo dia, o Chefe de Estado angolano participou ainda num diálogo interactivo no painel “Unstoppable Africa” [África Imparável], moderado pela jornalista angolana Hariana Verás, correspondente na Casa Branca. Durante a sessão, respondeu a questões relacionadas com o impacto estratégico do Corredor do Lobito e o contributo de Angola para a paz e estabilidade no continente.

África como parceira estratégica

No discurso proferido no encontro ONU-União Africana, João Lourenço sublinhou que África deve ser vista não apenas como um continente de potencial, mas como uma realidade presente de oportunidades e de crescimento.

“África dispõe de recursos naturais abundantes, de uma população jovem e dinâmica e de mercados consumidores em expansão acelerada, condições únicas para atrair investimentos, gerar valor acrescentado e consolidar cadeias de valor regionais”, afirmou.

O líder angolano destacou ainda a relevância da Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA) como a “maior oportunidade económica do nosso tempo”, ao integrar mais de 1,3 mil milhões de consumidores e um PIB superior a 3 biliões de dólares.

Mudança de paradigma

João Lourenço defendeu a necessidade de África abandonar o modelo tradicional de investimentos focados apenas nas indústrias extractivas e avançar para parcerias estratégicas que promovam a industrialização, a inovação tecnológica e a diversificação económica.

“Temos de mudar o foco da simples exportação de matérias-primas em estado bruto para cadeias de valor agro-industriais, mineração com maior incorporação de valor acrescentado e sectores de transformação produtiva”, declarou.

PPP como solução estruturante

O Presidente angolano sublinhou também a importância das Parcerias Público-Privadas (PPP) como instrumento crucial para mobilizar capital privado na expansão de infra-estruturas críticas, nos sectores da energia, transportes, telecomunicações e água.

Segundo João Lourenço, este modelo permitiria “reduzir a pressão sobre os orçamentos públicos, acelerar o acesso a serviços essenciais e gerar impactos duradouros no desenvolvimento económico e social”.

O Chefe de Estado concluiu apelando aos investidores a olharem para África “não apenas como fornecedora de matérias-primas, mas como a nova fronteira de transformação produtiva, de inovação tecnológica e de competitividade global”.

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