O presidente da China, Xi Jinping, e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, protagonizaram esta quarta-feira, em Pequim, uma conversa insólita sobre longevidade, biotecnologia e até imortalidade, momentos antes do grande desfile militar na Praça Tiananmen.
As câmaras da televisão estatal chinesa (CCTV) captaram o diálogo informal entre os dois líderes e o presidente norte-coreano, Kim Jong Un, enquanto caminhavam pelo tapete vermelho.
“Hoje em dia (…) 70 anos”, disse Xi, em mandarim, numa referência a um poema da dinastia Tang, segundo o qual “antigamente, as pessoas raramente viviam até os 70 anos, mas hoje, aos 70, continua-se a ser uma criança”.
De acordo com a tradução oficial, Putin respondeu destacando os avanços da ciência: “Com o desenvolvimento da biotecnologia, os órgãos humanos podem ser transplantados continuamente, as pessoas podem viver cada vez mais jovens e até mesmo alcançar a imortalidade”.
Xi acrescentou que “as previsões indicam que, neste século, pode ser possível viver até os 150 anos”.
Posteriormente, Putin confirmou o teor da conversa em declarações à imprensa. “As tecnologias modernas, relacionadas com a saúde e a medicina, permitem à humanidade esperar que a vida ativa continue, não como é hoje”, afirmou.
Liderança sem fim à vista
Tanto Xi como Putin, ambos com 72 anos, não demonstram qualquer intenção de abandonar o poder. Enquanto os antecessores de Xi, Jiang Zemin e Hu Jintao, cumpriram dois mandatos de dez anos, o atual presidente chinês aboliu em 2018 os limites constitucionais e garantiu em 2023 o seu terceiro mandato consecutivo.
