O presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, considerou, esta segunda-feira, que as manifestações são um direito constitucional e, quando devidamente acompanhadas e protegidas, não devem resultar em violência ou perdas de vidas.

A partir de Joanesburgo, onde participa numa sessão do Parlamento Pan-Africano, Adalberto Costa Júnior disse estar preocupado com as notícias vindas de Angola, nomeadamente sobre detenções de líderes da Associação Nacional dos Taxistas Angolanos (ANATA) e imagens de um jovem alegadamente morto durante os protestos.
“O direito à manifestação é um direito absolutamente garantido na Constituição e, sendo um direito garantido, em Angola não pode ser algo que tenha reações violentas, muito menos por parte de quem responde em nome das instituições do Estado”, afirmou.
O líder da oposição considerou “anormal” que manifestações só sejam protegidas quando promovidas pelo partido no poder, apelando para que todas as ações públicas respeitem a lei e preservem a ordem pública.
Responsabilidade dos Organizadores e Prevenção da Violência
Adalberto Costa Júnior pediu que os organizadores das manifestações assumam também a responsabilidade de evitar infiltrações de grupos com intenções violentas, capazes de desvirtuar os objetivos dos protestos.
“Fazer uma manifestação é um direito, mas também uma obrigação de respeito pelo património público e privado”, sublinhou.
O político lamentou a morte registada nos protestos e alertou para a gravidade de haver disparos com munições reais, caso se confirme a participação de forças de defesa e segurança.
“A primeira ação para garantir a ordem numa manifestação não é o uso de armas ou balas reais”, afirmou, defendendo uma melhor formação das forças policiais para agir em circunstâncias de risco sem colocar vidas em perigo.
Contexto dos Protestos
Os protestos resultaram de uma greve de três dias convocada pelos taxistas contra a subida do preço dos combustíveis, tendo a primeira jornada sido marcada por vandalismo, saques, destruição de viaturas e barricadas. A Polícia Nacional anunciou várias detenções e reforço da segurança para “restabelecer a ordem”.
Vídeos partilhados nas redes sociais mostraram paragens sem táxis, autocarros apedrejados e tentativas de moto taxistas de chegar ao Palácio Presidencial, travadas por um forte dispositivo policial.
Lusa