O Japão executou nesta sexta-feira (27, horário local) Takahiro Shiraishi, conhecido como o “assassino do Twitter”, condenado à morte por assassinar e esquartejar nove pessoas com quem havia feito contacto através daquela rede social. A execução, realizada por enforcamento, foi reportada pela emissora pública NHK e outros meios de comunicação japoneses, citando fontes governamentais. O Ministério da Justiça, porém, recusou-se a confirmar oficialmente o acto.

Shiraishi, de 34 anos, atraiu as vítimas — na maioria jovens mulheres com tendências suicidas — através do Twitter, onde se oferecia para ajudá-las a morrer. Os crimes ocorreram em 2017, nos arredores de Tóquio. As vítimas tinham entre 15 e 26 anos de idade. Após os assassinatos, o réu esquartejava os corpos e escondia os restos mortais em pequenas geladeiras dentro do seu apartamento.
O caso chocou o Japão e gerou grande debate sobre o uso das redes sociais, bem como sobre os limites da privacidade digital e da detecção de crimes envolvendo pessoas em situação de vulnerabilidade emocional. Shiraishi confessou todos os crimes e foi condenado à pena capital em 2020.
Esta é a primeira execução realizada no Japão desde 2022. O país, juntamente com os Estados Unidos, é um dos únicos membros do G7 — grupo das sete democracias mais industrializadas — que ainda mantém a pena de morte. Apesar das críticas de organizações de direitos humanos, o apoio da população japonesa à medida continua elevado: uma sondagem encomendada pelo governo em 2024 revelou que 83% dos cidadãos consideram a pena capital “inevitável”.
Segundo o Ministério da Justiça, havia 107 pessoas no corredor da morte no Japão até dezembro de 2023. Embora a lei preveja a execução no prazo de seis meses após a sentença definitiva, na prática, os condenados aguardam por anos ou até décadas. Além disso, é comum que os prisioneiros só sejam informados da execução poucas horas antes do ato.