Pequim confirmou nesta sexta-feira (27) que os Estados Unidos e a China chegaram a um entendimento sobre os termos de um novo acordo comercial, após meses de negociações tensas. O porta-voz do Ministério do Comércio chinês afirmou que ambas as partes “confirmaram os detalhes” do pacto, que prevê a suspensão de diversas medidas restritivas por parte de Washington e o compromisso de Pequim em revisar e aprovar produtos submetidos a controles de exportação.
A Casa Branca já havia informado na quinta-feira (26) que um entendimento foi alcançado, incluindo pontos como a facilitação do envio de terras raras aos EUA. Esses elementos químicos são considerados estratégicos por serem fundamentais para a fabricação de baterias elétricas, turbinas eólicas, radares, satélites e sistemas de mísseis.
Após negociações em maio, em Genebra, os dois países haviam concordado em reduzir temporariamente as tarifas punitivas impostas de forma recíproca. A China também prometeu flexibilizar contramedidas não tarifárias, mas os EUA acusaram posteriormente o governo chinês de atrasar intencionalmente as licenças de exportação de terras raras — o que ameaçou inviabilizar o entendimento inicial.
No entanto, após uma nova ronda de negociações realizada em Londres este mês, foi estabelecida uma estrutura para a implementação do acordo de Genebra. Segundo fonte da Casa Branca citada pela AFP, tratou-se de um “entendimento adicional” entre as partes para garantir a aplicação do pacto.
“Após as conversas de Londres, as equipes das duas partes prosseguiram com uma comunicação estreita”, disse o porta-voz do Ministério do Comércio chinês. A China comprometeu-se ainda a avaliar e aprovar os pedidos de exportação que estejam em conformidade com as exigências legais. Em contrapartida, os Estados Unidos “cancelarão uma série de medidas restritivas contra a China”, acrescentou.
No plano diplomático, o porta-voz da diplomacia chinesa, Guo Jiakun, anunciou que o ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, visitará a Europa na próxima semana para encontros com seus homólogos da União Europeia, Alemanha e França, numa tentativa de reforçar o diálogo multilateral em torno das questões comerciais e estratégicas globais.
