Quinta-feira, 26 de Junho, 2025

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Irão nega cessar-fogo anunciado por Trump e mantém tensão com Israel

O governo do Irão desmentiu oficialmente, esta terça-feira (24), a existência de qualquer acordo de cessar-fogo com Israel, contrariando o anúncio feito na véspera pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, através das redes sociais.

Em nota publicada na sua conta oficial no X (antigo Twitter), o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Abbas Araghchi, garantiu que “até ao momento, NÃO há qualquer ‘acordo’ sobre cessar-fogo ou suspensão das operações militares”. O diplomata reforçou que Teerão está disponível para interromper os ataques, mas condiciona essa decisão a uma paragem total das ações militares israelitas.

“Caso o regime israelita cesse a sua agressão ilegal contra o povo iraniano até às 4h, horário de Teerão, não temos intenção de continuar a nossa resposta depois disso”, escreveu Araghchi na rede social.

A manifestação do governante iraniano contradiz diretamente o anúncio feito por Donald Trump, que assegurou que o cessar-fogo bilateral entraria em vigor cerca de seis horas após o seu pronunciamento, realizado na noite de segunda-feira (23), pelo horário de Brasília. Segundo Trump, o Irão teria aceite dar o primeiro passo na trégua, seguido de Israel, e aproveitou ainda para felicitar ambos os países pela “coragem e inteligência” ao pôr fim àquilo que classificou como “12 dias de guerra”.

Contudo, o Irão insistiu que foi Israel quem iniciou o conflito e que qualquer interrupção das operações militares dependerá da suspensão dos ataques israelitas.

O impasse acontece num contexto de forte escalada militar na região. Israel lançou nos últimos dias ataques aéreos de intensidade inédita contra alvos iranianos, incluindo instalações da Guarda Revolucionária (IRGC), quartéis da milícia Basij, a prisão de Evin e centros de segurança interna em Teerão.

Em retaliação, a Guarda Revolucionária Iraniana realizou a sua 21.ª operação desde o início do confronto, em 13 de junho, atingindo vários alvos em território israelita com mísseis de combustível sólido e líquido e drones suicidas.

Os Estados Unidos envolveram-se directamente no conflito a 21 de junho, bombardeando três instalações nucleares iranianas. O Irão respondeu com um ataque de mísseis à base americana de Al Udeid, no Catar, sem registo de vítimas, segundo o Pentágono. Trump descreveu a retaliação iraniana como “muito fraca”.

A tensão permanece elevada, com o Irão a afirmar que a decisão final sobre um eventual cessar-fogo será tomada “mais tarde”, mantendo a incerteza sobre o desfecho imediato deste conflito.

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