Quarta-feira, 12 de Março, 2025

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Standard & Poor’s mantém ‘rating’ de Angola em B-

A agência de notação financeira Standard & Poor’s (S&P) decidiu manter o ‘rating’ de Angola em B-, com perspetiva de evolução estável, devido às grandes necessidades de financiamento, equilibradas com um ambiente favorável no setor do petróleo.

Standard & Poor's mantém 'rating' de Angola em B-

“O nosso ‘rating’ de Angola é condicionado pelo baixo PIB [Produto Interno Bruto] ‘per capita’, pela elevada dependência do petróleo e por um quadro institucional fraco, embora em melhoria gradual; estes fatores mantêm Angola altamente suscetível a choques externos e à dinâmica global do setor petrolífero e resultam numa inflação estruturalmente elevada e em finanças públicas relativamente fracas”, escrevem os analistas na nota que dá conta da decisão de manter a opinião sobre a qualidade do crédito soberano em B-, abaixo da recomendação de investimento.

No texto, a S&P diz que “as pressões de liquidez a curto prazo diminuíram em grande parte, depois de o Governo angolano ter reduzido a dívida externa pendente em 4 mil milhões de dólares [3,8 mil milhões de euros] em 2024, mas a derrapagem fiscal, a suscetibilidade a choques externos, particularmente um choque do preço do petróleo, e a elevada dolarização da economia, representam um risco persistente”.

O serviço da dívida, apesar de estar a reduzir-se, continua a ser um problema para a economia angolana devido ao “elevado e dispendioso serviço da dívida”, a que se juntam os gastos com os subsídios aos combustíveis e o “rápido aumento dos custos salariais”.

A S&P antevê que a economia cresça em média 2,7% até 2028, “apoiada por volumes de produção de petróleo razoavelmente estáveis, juntamente com a melhoria da atividade do setor não petrolífero”, e prevê também que o défice orçamental, que o Governo previa ser de 0,02% no ano passado, mas que terminou nos 1,2%, vá crescer para 1,5% devido aos aumentos salariais e dos gastos com os combustíveis.

“Antevemos um ritmo mais lento de redução dos encargos com os subsídios aos combustíveis, o que representa um significativo abrandamento da política orçamental em comparação com a abordagem muito rígida dos últimos anos, o que pode resultar na acumulação de mais dívida e aumentar o custo do serviço da dívida de 2026 a 2028”, alertam os analistas, lembrando que o custo dos juros da dívida vale 25,8% das receitas do Estado este ano, abaixo dos 30,4% registados no ano passado.

Quanto ao crescimento da economia, a S&P estima que Angola vá crescer 2,5% este ano, quase metade dos 4,7% registados em 2024, e depois estabilize nos 2,8% até 2028.

Lusa

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