Quinta-feira, 21 de Novembro, 2024

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Angola Prevê Concluir Pagamento de Dívida à China até 2028 com Liquidação Antecipada


O governo de Angola planeia quitar a dívida contraída junto à China até 2028, um montante de cerca de 10 mil milhões de dólares, caso mantenha o atual ritmo de liquidação antecipada. De acordo com Dorivaldo Teixeira, diretor da Unidade de Gestão da Dívida (UGD), o pagamento antecipado é resultado de uma renegociação com o credor chinês realizada em março deste ano. Esta renegociação permitiu a Angola poupar aproximadamente 200 milhões de dólares por mês.

Em declarações durante as reuniões do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington, Teixeira explicou que a maturidade inicial da dívida era até 2033, mas a reestruturação encurtou o prazo, viabilizando uma quitação antecipada. “Atualmente, a dívida de Angola com a China está avaliada em cerca de 10 mil milhões de dólares, mas, com o ritmo de pagamento atual, esperamos que seja totalmente paga até 2028, caso as condições se mantenham”, destacou o responsável.

Quanto ao empréstimo de 4,4 mil milhões de dólares obtido junto ao FMI, Teixeira afirmou que o prazo para sua liquidação vai até 2038. Ele ressaltou que Angola vem cumprindo regularmente com os compromissos, aproveitando as baixas taxas de juros dessas instituições multilaterais, o que alivia a pressão sobre o orçamento público.

Esse empréstimo do FMI, concedido no âmbito do Programa de Financiamento Ampliado entre 2018 e 2021, incluiu assistência técnica e visa reduzir os custos financeiros da dívida nos próximos anos. Esta redução de custos está alinhada com as recentes revisões de taxas apresentadas pelos membros do FMI nas reuniões de Bretton Woods, também realizadas em Washington.

Teixeira mencionou ainda uma tendência de queda na dívida total de Angola nos últimos anos. Em 2022, o país registrava uma dívida de cerca de 72 mil milhões de dólares, com uma previsão de redução para 62 mil milhões até o final de 2024, o que representaria uma diminuição anual de cerca de 5 mil milhões de dólares.

Até dezembro, espera-se que o rácio da dívida em relação ao PIB se mantenha em torno de 64%, a mesma proporção registada em 2022. Com esse desempenho, o governo prevê que o serviço da dívida externa passe dos atuais 18 mil milhões para 12 mil milhões de dólares nos próximos anos, reduzindo assim a pressão financeira sobre o país.

Internamente, também houve uma redução significativa da dívida de cerca de 6 mil milhões para 1 mil milhões de dólares, o que, segundo Teixeira, cria condições para que a dívida interna deixe de representar um fator de pressão no futuro.

A redução projetada do stock da dívida total, interna e externa, até o final deste ano, é de cerca de 1,5 mil milhões de dólares, refletindo os esforços do governo para alcançar sustentabilidade fiscal. As reuniões do Banco Mundial e do FMI, que reúnem líderes globais, empresas, organizações internacionais e a sociedade civil, visam promover soluções para os desafios de desenvolvimento económico e sustentabilidade.

Angop

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