Grupos que congregam pessoas com albinismo defenderam, nesta terça-feira, maior divulgação do fenómeno nas escolas e facilidades no tratamento a problemas dermatológicos e oftalmológicos.
As preocupações foram apresentadas em audiências separadas concedidas pelo vice-presidente da República, Bornito de Sousa, a representantes do grupo teatral Excesso de Cor e da Associação de Apoio aos Albinos de Angola (4As).
O director-geral do grupo teatral Excesso de Cor, Anderson Manuel, disse ter proposto a consciencialização sobre o albinismo mediante palestras e peças teatrais em escola primárias.
Considera necessário acabar com mitos como os que apregoam a imortalidade aos albinos, assim como a sua discriminação social.
Já o presidente da Associação de Apoio aos Albinos de Angola (4As), Manuel Vapor, manifestou preocupação relativa a reinserção social, emprego e facilidade na aquisição de cremes dermatológicos e para a realização de análises médicas.
Esperança Benvinda Bunga, também das “4As”, pediu facilidades no tratamento de doenças dermatológicas e oftálmicas, propensas a indivíduos com albinismo, e facilidades de inserção no mercado do emprego.
Partilha da ideia de que a discriminação é fruto do desconhecimento sobre as causas do albinismo, mas superável com acções educativas.
Esperança Benvinda conta que já foi cuspida, molhada com água de peixe e impedida de entrar em certos lugares por ser albina.
Em Angola o movimento para a defesa da causa dos albinos data de 2003, mas a primeira a ser legalizada foi a 4As em 2014.
A ONU instituiu o 13 de Junho como o dia mundial de consciencialização sobre o Albinismo, condição genética de ausência de produção melanina provocando ausência parcial ou total de pigmentação dos olhos, pele e pelo do indivíduo afectado.
Em África, há denúncias de estigmatização e de assassinatos de albinos, essencialmente, por razões supersticiosas e por crendices de que partes do seu corpo pode conferir poderes.
O Conselho de Direitos Humanos da ONU reportou 134 assassinatos de albinos em 25 países africanos até 2015, ocorrendo até mesmo a vandalização dos túmulos onde são sepultados para a recolha das ossadas.