O setor dos transportes em Angola está prestes a passar por uma transformação significativa. Em declarações recentes, o Ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu, anunciou a revisão do modelo de funcionamento dos transportes públicos, incluindo a reavaliação das tarifas.

O ministro que falava à imprensa após uma mesa redonda, organizada esta terça-feira (20), em Luanda, que reuniu representantes do governo, do setor privado e de instituições financeiras internacionais, como a Corporação Financeira Internacional (IFC), disse que a medida visa atrair investimentos privados para o setor, que, segundo o ministro, terá um papel cada vez mais importante na modernização dos transportes públicos em todo o país.
“Estamos a preparar a alteração do modelo de funcionamento dos transportes públicos, assim como também o modelo tarifário a nível nacional”, afirmou o ministro, acrescentando que o objetivo é criar um ambiente mais atrativo para o setor privado.
Os resultados das parcerias público-privadas no setor dos transportes já são visíveis. Nos últimos três anos, o governo angolano arrecadou mais de 380 milhões de dólares em prêmios de concessão e garantiu investimentos da ordem de 1,5 bilhão de dólares. Projetos como a expansão do Aeroporto Internacional de Luanda, a construção do terminal de águas profundas do Caio, em Cabinda, e a futura extensão da ferrovia para a Zâmbia são exemplos dessas parcerias.
A extensão da ferrovia para a Zâmbia, totalmente financiada pelo setor privado, é considerada um projeto estratégico para o país. Com um investimento de 5,2 bilhões de dólares, a obra irá fortalecer a posição de Angola na região e impulsionar a economia nacional.
“Esse projeto nos dá um posicionamento muito importante aqui na região e para a economia global”, afirmou o ministro Ricardo de Abreu.
As mudanças no setor dos transportes prometem trazer benefícios para a população angolana, como a melhoria da qualidade dos serviços, a redução dos custos operacionais e a criação de novos empregos. No entanto, a implementação dessas mudanças exige um planejamento cuidadoso e a participação de todos os stakeholders envolvidos.