Um avião Embraer ERJ-145 operado pela Airjet Angola incendiou-se nesta segunda-feira, no momento da aterragem no Aeroporto de Kolwezi, no sul da República Democrática do Congo (RDC), após sair da pista. A bordo seguiam cerca de 20 ocupantes, entre eles o Ministro da Mineração, Louis Watum Kabamba, e outros membros do governo congolês. Todos saíram ilesos.

A aeronave tinha descolado de Kinshasa com destino a Kolwezi, onde o ministro pretendia fazer uma visita urgente a uma mina atingida no sábado por um deslizamento de terras que provocou 40 mortes.
Como ocorreu o acidente
Segundo informações preliminares, o avião tocou a pista antes do limiar de aterragem previsto (displaced threshold), numa zona que se encontra em obras de reforço, o que provocou o colapso do trem de aterragem, fazendo com que a aeronave derrapasse para fora da pista.
O Embraer acabou por parar sobre a fuselagem (“belly landing”) e pegou fogo na secção traseira, obrigando à evacuação imediata dos passageiros e tripulação. As imagens divulgadas nas redes sociais mostram o aparelho já consumido pelas chamas, enquanto equipas de emergência tentavam controlar o incêndio.
Evacuação rápida evitou tragédia
Graças à rápida intervenção dos tripulantes, todos os ocupantes conseguiram abandonar o avião antes que o fogo se alastrasse. Autoridades locais confirmaram que não há feridos, apesar da aeronave ter ficado totalmente destruída.
Pista estava com alterações operacionais
Um NOTAM (aviso aeronáutico) emitido anteriormente indicava que a pista 29 de Kolwezi tinha o limiar deslocado em cerca de 1.000 metros, devido a obras de manutenção. A investigação inicial aponta que o piloto poderá ter tocado o solo antes da zona autorizada, entrando numa área instável.
Investigação já em curso
O Gabinete de Investigação de Acidentes de Aviação da RDC abriu um inquérito para determinar as causas exactas do acidente e avaliar se houve falha técnica, erro humano ou deficiências nas condições da pista.
Missão oficial à região mineira
Louis Watum Kabamba e sua comitiva seguiam para uma visita de emergência à mina de Kalando, onde um colapso de terreno, provocado pelas fortes chuvas dos últimos dias, causou a morte de dezenas de mineiros.
O governo congolês ainda não comentou oficialmente o acidente, mas fontes locais confirmam que a agenda do ministro será reavaliada nos próximos dias.

