Lubango, 6 de novembro de 2025 — O Tribunal de Comarca do Lubango condenou nesta quinta-feira a cidadã norte-americana Jacklyn Schorr, de 45 anos, a 24 anos de prisão efetiva pelo envolvimento no assassinato do seu marido, Beau Shroyer, também norte-americano, ocorrido em outubro de 2024, no município da Palanca, província da Huíla.

De acordo com a sentença, Jacklyn foi considerada mentora e financiadora do crime, tendo pago 10 mil dólares norte-americanos a três cidadãos angolanos para executarem o homicídio do missionário, que dedicava o seu trabalho a ações sociais e religiosas em Angola.
Os coautores do crime — Bernardino Elias, Gelson e Isalino — foram igualmente condenados por homicídio qualificado em razão da qualidade da vítima, recebendo penas que variam entre 20 e 21 anos de prisão, além de sanções adicionais por branqueamento de capitais e posse ilegal de armas.
Em cúmulo jurídico, o tribunal determinou que Gelson e Isalino cumpram penas únicas de 21 anos de prisão, e ordenou ainda que os três angolanos condenados paguem uma indemnização de 4,5 milhões de kwanzas à família da vítima.
O coletivo de juízes, após meses de audições e apresentação de provas, considerou que não restavam dúvidas quanto ao envolvimento direto e indireto de todos os réus no homicídio que chocou o país e ganhou repercussão internacional.
A defesa de Jacklyn e dos demais condenados anunciou, entretanto, a intenção de recorrer da sentença, alegando “lacunas” no processo conduzido pelo Ministério Público.
Com esta decisão, encerra-se o julgamento de um dos casos criminais mais mediáticos dos últimos anos em Angola. A condenada cumprirá a pena em território angolano, e não nos Estados Unidos, conforme determinou o tribunal.

