O militante e dirigente da UNITA, Rafael Massanga Savimbi, anunciou esta terça-feira, 7 de outubro, a sua pré-candidatura à presidência do partido, durante uma declaração pública em que evocou o legado histórico da formação política e defendeu a necessidade de renovação geracional e coesão interna.

No início do discurso, Massanga Savimbi recordou o exemplo do seu bisavô, Sakaita, que participou na Batalha do Bailundo em 1902, e destacou o simbolismo do “Projeto de Muangai”, ideal fundador da UNITA, que, segundo afirmou, representa “liberdade, independência total, democracia e igualdade entre os angolanos”.
O pré-candidato sublinhou que, 59 anos após a fundação da UNITA, o partido mantém viva a sua missão de lutar por uma Angola livre e democrática. “O Mogai é mais do que origem, é glória, inspiração e um chamado que ecoa dentro de mim”, disse.
Massanga Savimbi fez ainda um tributo aos antigos líderes da UNITA, desde o fundador Jonas Savimbi até ao atual presidente, Adalberto Costa Júnior, reconhecendo o contributo de cada um na preservação da coesão e na afirmação do partido no cenário político nacional.
Ao anunciar a sua decisão, afirmou que a sua candidatura tem como propósito “promover e reforçar a coesão e unidade, reafirmar a identidade política e ideológica do partido e congregar a sociedade civil para garantir um futuro melhor para todos”. O lema da sua intervenção, repetido ao longo do discurso, foi “Todos contam”.
O político considerou que o 14.º Congresso Ordinário da UNITA, a realizar-se ainda este ano, representa “uma viragem histórica”, numa altura em que o país se prepara para assinalar 50 anos de independência. “Passados quase 50 anos, os angolanos dizem basta. Basta do mesmo partido, do mesmo sistema e das velhas práticas”, afirmou, referindo-se ao MPLA.
Defendendo uma UNITA voltada para o futuro, Massanga Savimbi apelou à juventude para assumir o papel de motor da transformação política e económica, com foco na educação, saúde, tecnologia e empreendedorismo. “Trago o legado de coragem dos meus ancestrais, mas também a responsabilidade de atualizá-lo ao século XXI, com ideias novas e modernas”, concluiu.