Quinta-feira, 9 de Outubro, 2025

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Último navio da flotilha que ainda viajava para Gaza foi intercetado

O último navio da flotilha ‘Global Sumud’, que ainda viajava para Gaza — o ‘Marinette’ —, foi intercetado hoje de manhã em águas internacionais, anunciaram os organizadores da iniciativa, que publicaram um vídeo da interceção.

Último navio da flotilha que ainda viajava para Gaza foi intercetado

Desde a noite de quarta-feira, Israel intercetou os mais de 40 navios da flotilha e deteve um total de 473 pessoas, que foram hoje transferidas para a prisão de Saharonim, no deserto de Negev, sul de Israel.

O vídeo divulgado em direto e interrompido logo a seguir à interceção mostrou um grupo de soldados israelitas armados a abordar o ‘Marinette’, que estava atrasado em relação aos restantes navios da flotilha por ter sofrido problemas técnicos durante a viagem.

Entretanto, uma outra embarcação não identificada, que fazia parte da ‘Global Sumud’, chegou ao porto de Chipre, segundo as autoridades cipriotas, que afirmaram que a tripulação solicitou a atracagem em Larnaca “alegando a necessidade de reabastecimento e razões humanitárias”.

As autoridades israelitas avançaram hoje que os mais de 470 ativistas a bordo dos barcos anteriormente intercetados já passaram por um “processo de inspeção”, depois de terem sido transferidos para a cidade portuária de Ashdod, em preparação para a sua futura deportação.

A flotilha, que juntou políticos e ativistas de vários países — incluindo quatro portugueses -, partiu de Espanha em setembro com o objetivo de quebrar o bloqueio israelita à Faixa de Gaza, assumindo-se como uma “missão de ajuda humanitária pacífica e não violenta”.

Alguns dos participantes decidiram protestar contra “a detenção ilegal”, tendo 11 dos ativistas gregos iniciado hoje uma greve de fome, segundo os organizadores.

Israel anunciou na quinta-feira de manhã que os passageiros, todos “sãos e salvos”, seriam deportados para a Europa.

“Felicito os soldados e comandantes navais que realizaram a sua missão durante o [feriado do] Yom Kippur da forma mais profissional e eficiente”, disse o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, em comunicado.

As autoridades israelitas adiantaram hoje que quatro deputados e eurodeputados italianos que seguiam a bordo da ‘Global Sumud’ já se encontram no aeroporto de Telavive para embarcar num voo com destino a Roma.

Por sua vez, a embaixada de Itália indicou ter deslocado uma equipa ao porto de Ashdod para realizar uma visita consular aos detidos e solicitar a libertação imediata dos restantes italianos detidos, que são mais de 40, segundo a agência de notícias AdnKronos.

A interceção da flotilha provocou duras reações de alguns países, entre os quais a Turquia, que acusou Israel de cometer “um ato de terrorismo” e a Colômbia, cujo Presidente anunciou a expulsão da delegação diplomática israelita do seu país.

Milhares de pessoas marcharam na quinta-feira em vários países europeus e no México para protestar contra a interceção da flotilha e manifestar apoio ao povo palestiniano.

Em França, Itália, Irlanda e Suíça, os manifestantes que agitavam bandeiras palestinianas gritaram “Palestina Livre” e exigiram o fim daquilo a que chamaram “genocídio contra os palestinianos” em Gaza.

O grupo islamista Hamas, cujo ataque sem precedentes a Israel, a 07 de outubro de 2023, desencadeou uma guerra na Faixa de Gaza, classificou a interceção como um “crime de pirataria”.

Lusa

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