Quinta-feira, 9 de Outubro, 2025

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Luanda acolhe Congresso Internacional sobre resposta ao VIH em Angola

Teve início esta quinta-feira em Luanda o Congresso Internacional sobre a resposta ao VIH em Angola, um fórum que reúne especialistas nacionais e internacionais, decisores políticos, organizações da sociedade civil e parceiros de cooperação. O objetivo é avaliar os avanços, desafios e perspetivas no combate à epidemia no país.

Segundo os dados mais recentes do Inquérito de Indicadores Múltiplos de Saúde 2023-2024, coordenado pelo Instituto Nacional de Estatística, a taxa de prevalência do VIH em Angola é atualmente de 1,6%, contra os 2% registados em 2015. Isto significa que cerca de 370 mil pessoas vivem com o vírus. Apesar da redução, as províncias de fronteira continuam a apresentar índices mais elevados relativamente à média nacional, havendo populações-chave onde a prevalência pode atingir até 20%.

Entre as estratégias apresentadas destaca-se a aquisição de novos medicamentos mais acessíveis. Um dos tratamentos, que anteriormente custava 40 mil dólares, está agora disponível por 40 dólares, representando um avanço significativo na prevenção, especialmente para as populações mais vulneráveis.

No entanto, persistem desafios, nomeadamente a insuficiência de recursos. O Plano Estratégico do VIH-SIDA 2023-2026 estima um investimento de 145 milhões de dólares, mas apenas 35 milhões estão atualmente garantidos. Esta limitação compromete a implementação de várias atividades.

Outro problema apontado é a escassez de preservativos, situação que preocupa organizações da sociedade civil e limita as campanhas de prevenção. Apesar de os medicamentos estarem a ser garantidos pelo Estado e pelas Nações Unidas, a distância dos serviços de saúde e algumas falhas logísticas continuam a afetar o acesso.

O congresso decorre no quadro das metas globais definidas pelas Nações Unidas e pela Organização Mundial da Saúde, sublinhando o compromisso de Angola com o Objetivo 95-95-95: garantir que 95% das pessoas com VIH conheçam o seu estado serológico, 95% recebam tratamento antirretroviral e 95% atinjam supressão viral.

As províncias da Lunda Sul, Lunda Norte, Cunene e Cuando Cubango destacam-se como as regiões com taxas de prevalência mais preocupantes, onde as autoridades locais trabalham em estratégias específicas de prevenção.

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