Estudantes manifestaram-se em várias cidades do Brasil em apoio aos ativistas da Flotilha Global Sumud detidos por Israel e pediram ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva que rompa relações com o Estado judaico.

Em Brasília, o protesto de quinta-feira, promovido pela União Nacional dos Estudantes e outros movimentos sociais, decorreu em frente ao Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores.
“Queremos que o Governo brasileiro aja com prudência para proteger os brasileiros e todos aqueles que foram detidos ilegalmente e que rompa relações com o Estado terrorista de Israel”, exigiu André Doz Carvalho, um estudante de História de 24 anos.
As forças israelitas intercetaram entre quarta e quinta-feira a Flotilha Global Sumud, com cerca de 50 embarcações, que se dirigia à Faixa de Gaza para entregar ajuda humanitária, detendo os participantes, incluindo 15 brasileiros.
Os manifestantes acusaram o Governo de Israel de raptar e sequestrar, em águas internacionais, os ativistas da flotilha que se dirigia para a Faixa de Gaza com ajuda humanitária.
A primeira secretária do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior, Jaqueline Lima, denunciou o genocídio da população palestiniana e apelou a Lula da Silva que rompa as relações diplomáticas com Israel.
“E além de rompermos relações, precisamos de identificar todas as empresas que hoje, direta ou indiretamente, podem estar a contribuir para o genocídio de Israel”, acrescentou.
Em São Paulo, Juliana Cardoso, deputada do Partido dos Trabalhadores (PT), liderado por Lula, disse que o rapto dos membros da flotilha é inaceitável e que é preciso trabalhar para acabar com a guerra e o genocídio na Faixa de Gaza.
“Devemos manter-nos muito próximos” do povo palestiniano para que este possa alcançar a “liberdade” e deixar de sofrer “morte, violência, fome e miséria”, expressou a legisladora.
Horas antes, o Governo brasileiro condenou a “intercetação ilegal e a detenção arbitrária” dos ativistas nas embarcações da Global Sumud Flotilla por parte de Israel e exortou à “libertação imediata” dos cidadãos.
Israel também deteve quatro cidadãos portugueses – a líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a atriz Sofia Aparício e os ativistas Miguel Duarte e Diogo Chaves -, 30 espanhóis, 22 italianos, 21 turcos, 12 malaios, 11 tunisinos, e 10 franceses, bem como cidadãos dos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, México e Colômbia.
Os organizadores denunciaram a falta de informação sobre o paradeiro de 443 participantes da missão humanitária.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, disse na quinta-feira esperar que os cidadãos portugueses possam regressar ao país “sem nenhum incidente”, considerando que a mensagem da flotilha humanitária foi transmitida.
Lusa