Na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, realizou-se na tarde desta segunda-feira uma conferência internacional de alto nível dedicada à resolução pacífica da questão da Palestina e à implementação da solução de dois Estados.

O encontro, que reuniu líderes políticos de todo o mundo, contou com a presença do Presidente da República de Angola e líder em exercício da União Africana, João Lourenço, que no seu discurso reafirmou o apoio incondicional de Angola e do continente africano à criação do Estado da Palestina.
João Lourenço destacou que Angola foi um dos primeiros países a reconhecer formalmente o Estado da Palestina, em dezembro de 1988, sublinhando que a paz no Médio Oriente só será possível através do diálogo e da coexistência pacífica entre palestinos e israelitas.
“O conflito não se resolverá com o recurso às armas, por mais sofisticadas que sejam. A única saída é o diálogo que conduza à criação do Estado da Palestina e à coexistência pacífica entre os dois povos”, afirmou o Chefe de Estado.
O Presidente angolano recordou ainda a “Declaração Política de Nova Iorque sobre a Resolução Pacífica da Questão da Palestina e Implementação da Solução de Dois Estados”, adoptada em 12 de setembro pela Assembleia Geral da ONU, como prova do crescente consenso internacional em torno da necessidade de pôr fim à guerra em Gaza.
No seu discurso, João Lourenço condenou de forma clara os ataques do Hamas contra civis israelitas, exigindo a libertação imediata e incondicional dos reféns, mas também criticou a resposta militar desproporcional de Israel, que tem causado milhares de mortes de civis palestinianos, incluindo crianças, jornalistas e profissionais de saúde.
“Condenamos igualmente a instrumentalização da assistência humanitária como arma de guerra, pelo seu carácter profundamente desumano e dificilmente justificável”, reforçou.
O líder angolano apelou à comunidade internacional para a suspensão imediata de todas as medidas que impedem o acesso da população palestiniana a direitos fundamentais como alimentação, cuidados médicos e assistência humanitária.
João Lourenço considerou que o reconhecimento da Palestina por parte de um número cada vez maior de Estados-Membros da ONU constitui um passo decisivo para garantir justiça e estabilidade no Médio Oriente, defendendo que o povo palestiniano tem “igual direito de viver num Estado reconhecido internacionalmente, como membro de pleno direito das Nações Unidas”.
“A mesma comunidade internacional que em 1948 decidiu criar o Estado de Israel, com todo o sentido de justiça, dá hoje um passo decisivo para a criação do Estado da Palestina”, afirmou, acrescentando que esta decisão representará uma “inquestionável contribuição para a segurança mundial”.