Quinta-feira, 28 de Agosto, 2025

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Ativista Rafael Marques acusa PGR de jubilacão ilegal de funcionário administrativo

O ativista angolano Rafael Marques acusou hoje o Procurador-Geral da República de Angola, Hélder Pitta Gróz, de jubilação de um sub-procurador-geral da República sem supostamente nunca ter ingressado na carreira de magistrado do Ministério Publico.

Ativista Rafael Marques acusa PGR angolano de jubilacão ilegal de funcionário administrativo

Numa carta dirigida ao Presidente da República de Angola, João Lourenço, o também jornalista angolano argumenta que a sua denúncia, a que a Lusa teve acesso, tem como base a deliberação da Comissão Permanente do Conselho Superior da Magistratura do Ministério Público, que jubilou o coronel Manuel Jorge, na qualidade de sub-Procurador-Geral da República, por iniciativa de Hélder Pitta Gróz.  

Segundo o ativista angolano, o referido oficial superior exerceu exclusivamente funções administrativas na Procuradoria Militar, como chefe de repartição de organização e planificação, nunca tendo ingressado na carreira de magistrado do Ministério Público por via de concurso público, nem frequentado o curso de magistratura do Instituto Nacional de Estudos Judiciários (INEJ), conforme exigido no Estatuto dos Magistrados do Ministério Público.

“A deliberação, fundamentada nos artigos 144.º n.º 1 e 114.º n.º 3 da lei orgânica da PGR, não encontra respaldo legal, por ausência dos requisitos materiais aplicáveis à jubilação de magistrados”, refere Rafael Marques na sua denúncia, sublinhando ainda que “tal ato pode configurar desvio de finalidade, violação do princípio da legalidade e fraude à lei, agravado pela posterior retirada silenciosa do nome do coronel da lista oficial de jubilados, publicada no Diário da República”.

O jornalista e ativista angolano realça que, de acordo com os dispositivos constitucionais e legais, incumbe ao Presidente da República, enquanto chefe do Estado e titular do poder executivo, nomear e exonerar o Procurador-Geral da República, exercer poder político-administrativo sobre os atos “que comprometam a legalidade e a integridade das instituições judiciais”.

Rafael Marques destaca na denúncia que a nomeação e exoneração do PGR e dos seus adjuntos, estabelecida por decreto presidencial, implica um vínculo de confiança institucional que deve ser revisto quando há indícios de abuso de poder ou de violação da legalidade democrática.

O ativista pede ao Presidente que “promova a averiguação dos atos mencionados e, se for caso disso, determine as medidas político-administrativas e legais adequadas, incluindo a eventual exoneração do Procurador-Geral da República, em defesa da transparência, da legalidade e da confiança pública nas instituições da justiça”.

Em maio passado, no seu portal Maka Angola, Rafael Marques havia denunciado a jubilação do coronel Manuel Jorge, na qual argumenta que este tem com o PGR angolano uma relação de amizade de longa data que “tem-se traduzido em variadas conexões pessoais e comunhão de interesses”.

De acordo com o texto do ativista, “não se encontra na lei invocada na fundamentação da deliberação nada que permita a um membro do pessoal de apoio técnico da Procuradoria-Geral da República jubilar-se como magistrado”.

Lusa

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