Quinta-feira, 28 de Agosto, 2025

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Angola regista recuo de 8% do setor petrolífero no último trimestre

O setor petrolífero angolano recuou 8% no último trimestre, revelou hoje o ministro de Estado para a Coordenação Económica, que descreveu um cenário “com momentos de ligeiro crescimento, mas volta e meia, de forte recuo”.

Angola regista recuo de 8% do setor petrolífero no último trimestre

José de Lima Massano falava durante uma reunião com operadores industriais de bens alimentares, que decorreu na unidade industrial Foodetec, no Polo Industrial de Viana, para analisar o estado do setor, avaliar os desafios e oportunidades.

Segundo José de Lima Massano, é necessário que a economia angolana tenha solidez suficiente para compensar esse comportamento do setor petrolífero, que continua a ter um peso na economia angolana de quase 20%, mas que tem estado a recuar, com “o agro a subir”, seguido do setor do comércio.

“Daí a importância de termos o setor não petrolífero com um grande dinamismo e, particularmente, lá onde Angola tem, à partida, elevado potencial, e aqui falamos do setor primário, isto em encontro com o setor transformador alimentar, pelo impacto que tem”, referiu José de Lima Massano.

O governante sublinhou que Angola tem procurado uma interação estável com os países vizinhos, por serem um mercado importante para a expansão da sua atividade, destacando ainda o acordo de parceria estratégica assinado, segunda-feira, em Luanda, com os Emirados Árabes Unidos, “que também abre uma nova janela de oportunidades”, além do mercado regional e continental.

José de Lima Massano realçou que Angola tem um grande potencial e as oportunidades têm de ser aproveitadas, lembrando que o país regista já um alto nível de autossuficiência em frutas e hortícolas, bem como em tubérculos.

“Temos hoje a batata-doce, a batata rena, que também o nível de autonomia é relevante. No domínio das pescas, o quadro é conhecido, temos alguns desafios para a nossa organização de toda a cadeia, permitindo que estes produtos também possam chegar de forma mais competitiva aos consumidores e a um preço mais justo, na produção de carne também temos iniciativas interessantes a ocorrer um pouco por todo o país”, descreveu o ministro.

Relativamente à carne suína existem iniciativas concretas que vão também, “num horizonte temporal muito curto provocar grandes transformações”, com a perspetiva de que em 2026, o país alcance um grau maior de autonomia, estando fora de preocupação a produção de carne caprina, frisou José de Lima Massano.

Em declarações à imprensa, o ministro da Indústria e Comércio de Angola, Rui Miguêns de Oliveira, adiantou que foram abordadas na reunião questões sobre a intensificação da capacidade de produção alimentar essenciais que o país consome, bem como a forma de garantir a qualidade dessa produção e sua distribuição.

Rui Miguêns realçou o crescimento significativo, “sustentável e constante” da produção industrial alimentar, com capacidade de cobertura total de bens de amplo consumo da população, em alguns segmentos.

No encontro os empresários apresentaram como preocupações a questão da regulamentação, a intervenção dos organismos públicos sobre as suas necessidades e com a evolução que o mercado possa vir a ter.

“O que nós garantimos é que, em primeiro lugar, o Governo continua apostado a prestar o suporte nos mecanismos e instrumentos de financiamento público, onde for possível e necessário, e também nas infraestruturas o Governo vai garantindo que continuam a ser a nossa principal aposta”, adiantou o ministro.

Ao mesmo tempo, prosseguiu Rui Miguêns de Oliveira, o Governo tem olhado para a desburocratização dos processos, “algo que também tem estado a acontecer”.

Lusa

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