A liderança do Partido Humanista de Angola (PH) está mergulhada numa crise interna, após a comissão política da formação ter anunciado a destituição da sua presidente, Florbela Malaquias, por alegada má gestão e apropriação de bens do partido.
De acordo com membros da comissão política, a dirigente é acusada de uso indevido de património partidário, irregularidades na administração financeira e de “gestão pouco transparente”, o que levou à deliberação do seu afastamento. Contudo, Florbela Malaquias rejeita a decisão e afirma continuar a ser a legítima presidente do PH, negando todas as acusações que lhe são imputadas.
O impasse instalou-se depois de a comissão ter tornado pública a decisão, sublinhando que “a liderança do partido não pode estar refém de práticas que lesam os princípios democráticos internos”. Em contrapartida, Florbela Malaquias acusa os seus opositores internos de tentativa de golpe e de estarem a agir com “interesses alheios ao verdadeiro espírito humanista”.
A crise de liderança ameaça fragilizar ainda mais o PH, um dos partidos mais pequenos do cenário político angolano, cuja participação eleitoral tem sido discreta, mas que se apresenta como defensor da justiça social, da igualdade e da valorização do ser humano no centro das políticas públicas.
Fontes ligadas ao partido adiantam que a disputa poderá escalar para os tribunais, uma vez que ambas as partes reivindicam legitimidade. Enquanto isso, militantes e simpatizantes aguardam esclarecimentos sobre o futuro da organização e sobre quem, de facto, continuará a conduzir os destinos do Partido Humanista nos próximos tempos.
