Yokohama, Japão – 20 de Agosto de 2025
À margem da 9ª Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento de África (TICAD 2025), a cidade de Yokohama acolheu esta quarta-feira uma Conferência e Exposição de Negócios organizada pela Organização do Comércio Externo do Japão (JETRO).
O evento reuniu representantes de 40 países africanos e contou com a participação de cerca de 150 empresas japonesas, que apresentaram soluções e oportunidades de cooperação.
PR discursou em nome de África
Na abertura, o Presidente da República de Angola e Presidente em exercício da União Africana, João Lourenço, destacou a relevância da iniciativa para estreitar laços económicos entre o Japão e o continente africano.
Lourenço lembrou que, durante a TICAD 8, em 2022, o Japão anunciara um pacote de 30 mil milhões de dólares em financiamento público e privado para África, destinado a sectores como capital humano, crescimento verde e apoio ao sector privado.
O estadista angolano chamou atenção para a baixa expressão do investimento directo japonês em África, que em 2024 representou apenas 0,5% do total, apesar do aumento global de 75% do investimento estrangeiro no continente. “Essa disparidade não reflecte a capacidade do Japão, nem as imensas potencialidades de África”, afirmou.
Áreas prioritárias de cooperação
João Lourenço defendeu que África não deve ser vista apenas como fornecedora de matérias-primas, mas como parceira na industrialização local. Identificou áreas promissoras de cooperação como recursos minerais, energia, indústria naval e automóvel, veículos eléctricos, comboios e agricultura.
Encorajou ainda os empresários nipónicos a aproveitar o mercado continental, reforçado pela Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA), e apontou oportunidades concretas em projetos de transição energética, transformação digital, capital humano e o Corredor do Lobito, infraestrutura que considera capaz de “revolucionar o transporte marítimo e o comércio internacional”.
Cooperação Angola–Japão
No plano bilateral, Lourenço destacou a parceria em curso com o Japão para a diversificação da economia angolana, citando investimentos nipónicos em linhas de transmissão de energia, sistemas de subestações, o Porto de Moçâmedes e futuros acordos com a JICA e a Toyota Tsusho.
O Chefe de Estado concluiu o discurso apelando a uma “passagem da hesitação à ação empreendedora” por parte das empresas japonesas, assegurando que África oferece hoje um mercado em crescimento e condições sólidas para investimentos rentáveis.
