Sexta-feira, 1 de Agosto, 2025

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Executivo e Polícia divergem sobre número de mortos nos tumultos de Luanda

O Executivo angolano e a Polícia Nacional apresentam números divergentes sobre as vítimas mortais resultantes dos tumultos registados em Luanda nos últimos dias, após a paralisação dos taxistas contra o aumento do preço do gasóleo.

Executivo e Polícia divergem sobre número de mortos nos tumultos de Luanda

Enquanto o comunicado oficial apresentado hoje, no fim da 7ª Reunião do Conselho de Ministros, publicado na página oficial da Presidência no Facebook, dá conta de 22 mortos e 197 feridos, a Polícia Nacional reafirma que apenas quatro pessoas perderam a vida durante os incidentes. A discrepância entre os dois números está a gerar questionamentos públicos sobre a fiabilidade das informações divulgadas pelas autoridades.

O porta-voz da Polícia Nacional, subcomissário Mateus Rodrigues, afirmou esta manhã que “a situação em Luanda está sob controlo”, assegurando que as forças da ordem continuam no terreno para manter a tranquilidade pública e prevenir novas ocorrências.

Rodrigues confirmou ainda que, além dos 1.214 detidos anunciados na terça-feira, mais 400 pessoas foram detidas nas últimas 24 horas, fruto de operações contínuas de investigação e patrulhamento. “A nossa mensagem é de tranquilidade e paz, reiterando que atos de vandalismo não serão tolerados”, reforçou o oficial.

Em termos de danos materiais, a Polícia atualizou o balanço, apontando para 45 lojas vandalizadas, mais de 25 viaturas particulares destruídas, 20 autocarros públicos danificados, três agências bancárias e dois caixas automáticos (ATM) saqueados ou inutilizados.

A diferença nos números de mortos relatados pelo Governo e pela Polícia Nacional não passou despercebida à sociedade civil e a vários analistas, que consideram importante que as autoridades clarifiquem de forma célere a informação oficial.

A expectativa agora recai sobre um eventual pronunciamento do Presidente João Lourenço, que ainda não se dirigiu ao país após os incidentes, apesar da pressão popular por uma mensagem de consolo e de liderança.

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