Quinta-feira, 31 de Julho, 2025

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Conselho de Ministros analisa tumultos e partidos políticos reagem

O Conselho de Ministros realizou hoje, 30 de julho de 2025, a sua 7.ª Sessão Ordinária, sob orientação do Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço, no Palácio Presidencial, na Cidade Alta. A reunião decorreu num contexto de fortes tensões sociais, na sequência dos tumultos registados em Luanda e noutras províncias, após a paralisação dos taxistas contra o aumento do preço do gasóleo.

Conselho de Ministros analisa tumultos e partidos políticos reagem

Durante a sessão, o Executivo tomou conhecimento da evolução da situação de segurança pública, marcada por atos de vandalismo e arruaça que afetaram comerciantes, transeuntes e instituições públicas e privadas. O balanço oficial aponta para 22 mortos, 197 feridos, 1.214 detenções, 66 lojas vandalizadas, 25 viaturas destruídas e vários supermercados e armazéns saqueados nos municípios de Cacuaco, Viana, Belas, Cazenga, Maianga, Camama e Kilamba-Kiaxi.

Segundo o Governo, os protestos foram potencializados por “elementos infiltrados com intenções criminosas”, ultrapassando o âmbito de uma simples reivindicação e assumindo contornos de ameaça à segurança e à paz social. Os incidentes replicaram-se, com menor intensidade, nas províncias do Huambo, Huíla, Bengo, Icolo e Bengo e Benguela.

Reações políticas e sociais

O MPLA, partido no poder, condenou os atos de vandalismo, classificando-os como “um atentado contra os valores da paz, unidade nacional e reconciliação”. O Bureau Político do partido defendeu a responsabilização dos autores morais e materiais e apelou à juventude para se manter vigilante e não se deixar manipular por grupos que promovem instabilidade.

Já a UNITA, maior partido da oposição, defendeu que as manifestações são um direito constitucional e alertou para a necessidade de um acompanhamento adequado, de modo a evitar consequências graves e perdas de vidas humanas. O líder do partido, Adalberto Costa Júnior, manifestou preocupação com os relatos de mortos e feridos e exortou ao respeito pelo direito à manifestação pacífica.

Representantes da sociedade civil e igrejas apelaram ao reforço do diálogo cívico e à adoção de medidas urgentes para enfrentar as causas socioeconómicas das manifestações, incluindo o custo dos combustíveis e a deterioração das condições de vida da população. “Precisamos trabalhar juntos para construir uma Angola digna dos angolanos, e isso só será possível se reforçarmos o diálogo responsável”, destacou um representante religioso.

Governo promete estabilidade

As Forças de Defesa e Segurança foram elogiadas pelo Executivo pela reposição da ordem e pela normalização da circulação de veículos nas principais vias afetadas. O Governo reafirmou a sua disponibilidade para o diálogo com os operadores de transporte e outros parceiros sociais, reiterando o compromisso com a paz social e o desenvolvimento económico.

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