O Presidente da República, João Lourenço, orientou hoje, no Palácio Presidencial, em Luanda, a reunião mensal do Conselho de Ministros, que apreciou diversas matérias da governação, incluindo um ponto especial sobre a situação de segurança pública registada nos últimos dois dias.

A reunião decorreu num contexto de instabilidade social provocado pelos tumultos em Luanda e noutras províncias, na sequência da paralisação dos taxistas contra o aumento do preço do gasóleo, que resultaram em 22 mortos, 197 feridos e 1.214 detenções, além de significativos danos materiais.
Apesar da gravidade dos acontecimentos, o Presidente João Lourenço só se manifestou publicamente através desta reunião, o que tem gerado críticas de vários sectores da sociedade, incluindo cidadãos nas redes sociais, que esperavam uma mensagem de conforto e liderança logo após os incidentes.
Comentários publicados na página oficial da Presidência no Facebook apontam para um “silêncio preocupante” do Chefe de Estado num momento de dor e instabilidade. “Pessoas morrendo, empresários aflitos, negócios fechados, fome, miséria, desespero total pela população e a presidência não se pronuncia”, escreveu um internauta. Outro apelou: “Senhor Presidente, entregue o poder a alguém competente e capaz de conduzir Angola ao desenvolvimento. Agir com arrogância não vai ajudar em nada”.
Apesar das críticas, o Executivo prosseguiu com a agenda prevista, destacando-se a apreciação do Relatório de Execução do Orçamento Geral do Estado (OGE) referente ao segundo trimestre de 2025, documento que será remetido à Assembleia Nacional para discussão e aprovação.
No setor ambiental, o Conselho de Ministros aprovou a proposta de lei que cria a Área de Conservação da Serra do Pingano (Uíge) e a Área de Conservação do Morro do Môco (Huambo). Também foi apreciada a proposta de lei sobre a Resposta Integral ao Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH), visando reforçar a prevenção e o tratamento da doença.
Outra medida relevante foi a aprovação do Decreto Presidencial que reestrutura o Programa Integrado de Desenvolvimento Local e de Combate à Pobreza, com o objetivo de reduzir as assimetrias regionais e melhorar a execução das políticas sociais.
O Governo reafirmou o compromisso com a estabilidade social, o desenvolvimento económico e a preservação ambiental, destacando a importância do diálogo e de ações integradas para responder aos desafios atuais. No entanto, cresce a expectativa de que o Presidente se pronuncie diretamente à Nação sobre os últimos acontecimentos.