Quinta-feira, 31 de Julho, 2025

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Luanda Entra em Estado de Alerta Após Violência no Primeiro Dia de Greve dos Taxistas

Luanda amanheceu, esta terça-feira, sem a habitual agitação, com ruas quase desertas, comércio encerrado e ausência generalizada de táxis e mototáxis, refletindo um cenário de tensão após os violentos protestos registados na segunda-feira.

A capital angolana viveu um ambiente semelhante aos dias de pandemia, marcado pelo silêncio nas principais avenidas, habitualmente repletas de veículos e mototáxis, enquanto o reforço policial, relatos de tiroteios, pilhagens e bloqueios de estradas evidenciam a persistência da tensão.

Comércio e Instituições Encerrados
Diversos estabelecimentos comerciais, bancos e instituições públicas optaram por manter as portas fechadas, e várias empresas colocaram os seus funcionários em teletrabalho por questões de segurança, após a onda de pilhagens, vandalismo e barricadas que marcaram o primeiro dia da greve.

A Associação Nacional dos Taxistas de Angola (ANATA) tinha inicialmente convocado uma paralisação pacífica de três dias, sob o lema “fica em casa”, para protestar contra a retirada gradual dos subsídios aos combustíveis. Contudo, após negociações com o Governo Provincial de Luanda, a ANATA recuou e anunciou o cancelamento da greve, demarcando-se dos atos de violência.

Apesar do recuo, a mobilidade urbana continua afetada, com os tradicionais “candongueiros” parados e os serviços de transporte por aplicativo incapazes de atender à elevada procura.

Mortos, Feridos e Noites de Tensão
Na segunda-feira, confrontos violentos eclodiram em vários pontos da cidade, com barricadas, pneus em chamas, pilhagens de lojas e agressões a automobilistas. Há registo de mortos e feridos, mas as autoridades ainda não confirmaram oficialmente o número de vítimas.

Os episódios de violência prolongaram-se durante a noite, sobretudo em bairros periféricos como a Estalagem, em Viana, onde foram ouvidos disparos e registados ataques a viaturas.

Reforço da Segurança
Esta terça-feira, o ambiente continua tenso, com reforço policial e presença de viaturas militares em pontos estratégicos. A onda de protestos ocorre num contexto de forte contestação social, motivada pela subida dos preços dos combustíveis, resultante do corte gradual dos subsídios estatais.

Lusa

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