O Governo Provincial de Luanda (GPL) afirmou, esta segunda-feira, estar a acompanhar “com elevada preocupação” os atos de vandalismo registados no primeiro dia de paralisação dos taxistas, que incluíram barricadas, destruição de viaturas e pilhagens em diversos pontos da capital angolana.

Num comunicado, o GPL sublinhou que as principais associações e cooperativas de táxi haviam cancelado a greve durante o fim de semana, após diálogo com as autoridades, mas “grupos de indivíduos não identificados e sem legitimidade representativa da classe” convocaram novas paralisações, promovendo “atos de intimidação e violência”.
Os distúrbios incluíram “agressões a viaturas que circulam pela via pública – incluindo as que não prestam serviço de táxi –, destruição de bens públicos e privados e coação sobre cidadãos que desejavam exercer livremente as suas atividades”, ações que foram “condenadas com veemência” pelo GPL.
Forças da Ordem no Terreno
O Governo provincial assegurou que a proteção da vida, liberdade e integridade física e patrimonial dos cidadãos constitui prioridade do Estado e informou que as forças da ordem pública estão no terreno “para restabelecer a ordem e garantir a segurança de todos”.
À população, o GPL apelou à “serenidade, civismo e confiança nas instituições públicas”, desaconselhando a adesão a ações violentas ou destrutivas. Acrescentou que estão em curso investigações para identificar e responsabilizar criminalmente os autores e instigadores dos distúrbios.
Contexto do Protesto
A paralisação dos taxistas surge na sequência da subida do preço do gasóleo de 300 para 400 kwanzas por litro, no âmbito da retirada gradual do subsídio aos combustíveis. Essa atualização levou ao aumento das tarifas dos transportes públicos, com os táxis coletivos a passarem de 200 para 300 kwanzas e os autocarros urbanos de 150 para 200 kwanzas.
Os taxistas, alegando que as autoridades não atenderam às suas reivindicações durante mais de 15 dias, convocaram uma paralisação para os dias 28, 29 e 30 de julho. Logo nas primeiras horas de hoje, registaram-se enchentes nas paragens, barricadas nas vias, pneus queimados, autocarros apedrejados e saques a estabelecimentos comerciais, levando mesmo algumas lojas a encerrar temporariamente.
Lusa