Segunda-feira, 18 de Agosto, 2025

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João Lourenço defende investimento produtivo, esclarece polémicas financeiras e reafirma compromisso com as autarquias

O Presidente da República, João Lourenço, destacou, em entrevista à CNN Portugal, a necessidade de Angola atrair mais investimento português nos sectores produtivos, como indústria, agropecuária, pescas e turismo, e menos no comércio.

João Lourenço defende investimento produtivo, esclarece polémicas financeiras e reafirma compromisso com as autarquias

“Há empresas portuguesas que antes apenas vendiam produtos a Angola e hoje decidiram produzir cá, gerando emprego para cidadãos angolanos”, afirmou.

Sobre o investimento angolano em Portugal, Lourenço explicou que grande parte do que foi feito no passado envolveu fundos públicos, mas registados em nome de particulares, situação que manchou a imagem do país:

“O Estado punha o dinheiro, mas a propriedade era registada como privada a favor de A, B ou C, o que é mais grave ainda”, referiu, lembrando casos como GALP, Efacec e BPI.

Questionado sobre Isabel dos Santos e os processos judiciais em curso, o Chefe de Estado rejeitou a ideia de perseguição política:

“Se Portugal e a Holanda também estão atrás, isso deita por terra o argumento de perseguição. Que a justiça continue a fazer o seu trabalho.”

Autarquias e impasse parlamentar
Lourenço reiterou que a iniciativa das eleições autárquicas partiu dele próprio e do Executivo, mas salientou que o processo está bloqueado no Parlamento devido à divergência entre partidos:

“Parte dos partidos defende uma implementação faseada, como nós propomos. Outra parte exige eleições simultâneas em todos os municípios. O impasse está aí.”

50 anos de independência: balanço positivo
O Presidente fez um balanço positivo dos 50 anos de independência de Angola, afirmando que o país fez em cinco décadas mais do que o regime colonial português fez em cinco séculos:

“Em infra-estruturas, educação, saúde e energia, Angola fez mais em 50 anos do que o regime colonial em 500.”

Questionado se valeu a pena, respondeu:

“Valeu a pena! Há sempre um ou outro saudosista que diz que no tempo colonial era melhor, mas não apresenta factos concretos. Hoje temos um país com resultados claros e visíveis.”

A entrevista encerrou com referência à visita oficial de João Lourenço a Portugal, onde questões como a nova Lei dos Estrangeiros deverão estar na agenda das conversações.

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