O ex-ministro dos Transportes da Rússia, Roman Starovoit, foi encontrado morto nesta segunda-feira (7), horas depois de ser destituído do cargo pelo presidente Vladimir Putin. A informação foi confirmada pelo Comitê de Investigação da Rússia, que aponta suicídio por arma de fogo como principal linha de investigação.

De acordo com o comunicado oficial, o corpo de Starovoit, de 53 anos, foi localizado dentro de um carro num subúrbio de Moscovo, com um ferimento causado por disparo de arma de fogo. “A principal teoria é a de suicídio”, indicaram as autoridades.
A demissão de Starovoit foi anunciada horas antes pelo Kremlin, através de um decreto presidencial que não forneceu detalhes sobre os motivos da exoneração. Na sequência, Andrei Nikitin, um dos seus adjuntos, foi nomeado ministro interino dos Transportes por Vladimir Putin.
Starovoit assumira o Ministério dos Transportes em maio de 2023, após liderar durante vários anos a região de Kursk, uma zona fronteiriça com a Ucrânia frequentemente visada por ataques durante a guerra.
A imprensa russa tem especulado que a demissão e, possivelmente, o suicídio de Starovoit, estejam ligados a suspeitas de corrupção na região de Kursk, nomeadamente ao desvio de fundos públicos destinados a obras de fortificação defensiva junto à fronteira.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, tentou minimizar o impacto político da demissão, dizendo que “não se tratou de uma perda de confiança”. Contudo, não comentou o caso após a morte do ex-governador.
A morte de Starovoit ocorre num momento em que o governo russo enfrenta crescentes desafios logísticos e de segurança interna, especialmente com os recentes ataques de drones ucranianos que voltaram a provocar caos nos aeroportos russos no último fim de semana.
A súbita morte do ex-ministro levanta agora questões sobre a pressão política no seio da administração de Putin, especialmente em tempos de guerra e de crise.