Os Conselhos de Administração das empresas públicas de comunicação social — TPA, Rádio Nacional de Angola, ANGOP, Edições Novembro — bem como da TV Zimbo e da Média Nova, aprovaram um aumento salarial de 58% para os seus jornalistas, na sequência de um processo negocial com o Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA).

O anúncio foi feito nesta segunda-feira pelo Secretariado do SJA, durante um encontro com os profissionais de comunicação, onde foram apresentadas as deliberações resultantes das reuniões mantidas com as administrações das referidas empresas. O reajuste surge como resposta à carta reivindicativa entregue pelo sindicato, que exigia melhorias salariais, progressão na carreira e melhores condições de trabalho.
Segundo explicou Simão José, coordenador interino do núcleo sindical da ANGOP e membro da comissão negocial, o consenso alcançado com os Conselhos de Administração inclui não apenas o aumento salarial, mas também avanços significativos no domínio da progressão nas carreiras. “Chegámos a uma fórmula que equilibra a valorização do profissional com as possibilidades financeiras das empresas. O aumento de 58% representa um passo importante, embora ainda haja outras matérias pendentes que continuaremos a negociar”, referiu.
A negociação entre o sindicato e as entidades patronais foi iniciada após a entrega de um caderno reivindicativo no início deste ano, em que os jornalistas pediam um reajuste salarial de até 100%, considerando a inflação, o custo de vida e os anos de estagnação salarial no sector.
O sindicato destaca que este acordo representa um marco nas relações laborais do sector da comunicação social pública, demonstrando abertura ao diálogo por parte das administrações das empresas e um compromisso efectivo com a valorização dos profissionais da imprensa.
Apesar do avanço, o SJA reforça que outras reivindicações continuam em cima da mesa, nomeadamente o reforço de subsídios de transporte e alimentação, aquisição de meios técnicos para o exercício da actividade jornalística, e a criação de incentivos para reportagens em zonas de risco e em horários nocturnos.
O sindicato garante que continuará a acompanhar a implementação do acordo e a lutar por melhores condições laborais para todos os jornalistas, numa altura em que a profissão enfrenta múltiplos desafios, desde a precariedade laboral até à necessidade de maior liberdade editorial.