O rapper e magnata da música Sean “Diddy” Combs foi descrito nesta quinta-feira (26) como o líder de uma organização criminosa baseada no “poder, violência e medo”, durante os argumentos finais do julgamento que o acusa de associação criminosa e tráfico sexual, em curso há quase dois meses.

“Ele contava com o silêncio e a vergonha para esconder os seus crimes”, declarou a promotora Christy Slavik, perante os 12 jurados que em breve decidirão o futuro do artista de 55 anos. Se for considerado culpado, Diddy poderá enfrentar prisão perpétua.
Slavik apresentou um resumo do que considera ser provas robustas recolhidas ao longo de sete semanas, incluindo os depoimentos de 34 testemunhas, milhares de mensagens, gravações e vídeos explícitos. Segundo ela, Combs usava “leais tenentes” — que não foram chamados a depor — para facilitar e encobrir crimes como trabalho forçado, prostituição, suborno e manipulação de testemunhas.
“A acusação não trata de práticas sexuais alternativas ou consensuais. Trata-se de abuso, coerção e exploração”, enfatizou a promotora, acrescentando que as vítimas estavam “drogadas, cobertas de óleo, com dor e exaustas” durante os atos forçados.
Entre as vítimas estão a cantora Casandra “Cassie” Ventura, ex-companheira de Combs, e outra mulher que depôs sob anonimato. Ambas alegam terem sido drogadas e forçadas a manter relações com acompanhantes pagos. A denúncia inicial, feita por Cassie em 2023, foi retirada após um acordo financeiro extrajudicial, mas deu origem a novas acusações de outras mulheres.
Combs está detido desde setembro e nega todas as acusações. A sua defesa sustenta que os relacionamentos foram consensuais e que muitas das denúncias têm motivações financeiras ou de vingança. Os advogados também citaram mensagens trocadas entre o rapper e algumas das alegadas vítimas que revelariam afeto mútuo.
O julgamento aproxima-se do fim, com as deliberações do júri previstas para começar nesta sexta-feira.