A ministra da Educação, Luísa Grilo, revelou nesta quarta-feira, em Ndalatando, província do Cuanza-Norte, que Angola necessita de mais de 60 mil professores para atender à actual demanda do sistema educativo nacional.
A declaração foi feita à imprensa no final da cerimónia de lançamento do Projecto de Incentivo Financeiro para as Meninas, que beneficiará 815 alunas de 12 Institutos Técnicos Agrários (ITA) espalhados pelo país, numa iniciativa que visa promover a permanência das raparigas no ensino técnico.
Segundo Luísa Grilo, a carência de docentes resulta do crescimento da rede escolar e da necessidade de substituir professores aposentados ou que deixaram o sector, agravando os desafios na oferta de educação de qualidade em todas as regiões do país.
Apesar da urgência, a ministra indicou que não estão previstos novos concursos públicos para admissão de professores em 2025, devido a condicionalismos financeiros. “Estamos a trabalhar com o Ministério das Finanças para encontrar soluções que permitam a atribuição de quotas por áreas de formação e disciplinas prioritárias”, explicou.
O levantamento actualizado das necessidades docentes por província e por disciplina está em curso, como parte do esforço do Ministério da Educação para planear estrategicamente a contratação futura, de forma a responder com eficácia às carências nos vários níveis de ensino.
O défice de professores tem sido um dos principais entraves à melhoria da qualidade do ensino em Angola, especialmente nas zonas rurais e periurbanas, onde o rácio aluno-professor permanece elevado, comprometendo o desempenho dos alunos e o alcance das metas do Plano Nacional de Desenvolvimento.
