Pelo menos 100 integrantes de um grupo criminoso foram mortos na terça-feira (24) durante intensos confrontos com milícias locais apoiadas pelo governo no estado de Zamfara, no noroeste da Nigéria, informou à AFP Ahmad Manga, assessor de segurança do governador local.

O confronto ocorreu quando membros da Guarda Civil de Proteção de Zamfara (CPG), uma milícia apoiada pelo governo estadual, invadiram o reduto de Bello Turji, um dos mais temidos líderes de gangues armadas da região. A operação, que contou com o apoio do Departamento de Serviços de Estado (DSS) — a polícia secreta da Nigéria — e de milícias antijihadistas oriundas do estado de Borno, durou várias horas e resultou na morte de mais de uma centena de combatentes.
Segundo Ahmad Manga, a ação visou enfraquecer a influência de Turji e o seu grupo, responsável por inúmeros ataques, sequestros e massacres nos últimos anos. “Foi um confronto intenso, com apoio coordenado entre as forças de segurança e as milícias civis, que terminou com pesadas perdas do lado dos criminosos”, afirmou.
Os chamados “bandidos”, como são conhecidos localmente, atuam há anos no noroeste e centro da Nigéria, promovendo ataques armados, roubos, sequestros e ocupações de aldeias. A violência teve origem nos conflitos entre pastores da etnia fulani e comunidades agrícolas pelo uso da terra e recursos hídricos, mas rapidamente evoluiu para um conflito armado mais amplo, impulsionado pelo tráfico de armas e pela ausência do Estado em zonas rurais.
Nos últimos anos, a situação agravou-se ainda mais com o surgimento de alianças estratégicas entre os bandidos e grupos jihadistas, como o Boko Haram e o Estado Islâmico na Província da África Ocidental (ISWAP), que desde 2009 lideram uma sangrenta insurgência no nordeste do país. Estas ligações trouxeram mais sofisticação às ações dos grupos criminosos e aumentaram a letalidade dos ataques.
O governo federal da Nigéria tem enfrentado dificuldades em conter a expansão da violência, que já causou milhares de mortos e deslocou comunidades inteiras. A nova ofensiva no estado de Zamfara representa uma tentativa de retomar o controlo da região e enfraquecer as redes criminosas que desafiam a autoridade do Estado.