Quarta-feira, 18 de Junho, 2025

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Preço do petróleo Brent dispara após ataque de Israel ao Irão

O preço do barril de petróleo Brent registou, nesta sexta-feira, 13 de Junho de 2025, uma forte valorização nos mercados internacionais, na sequência do ataque aéreo lançado por Israel contra infra-estruturas militares e nucleares no Irão. O incidente elevou as tensões no Médio Oriente e alimentou os receios de uma escalada militar que poderá envolver directamente os Estados Unidos.

O Guardião

O barril de Brent, referência para as exportações angolanas, subiu mais de 8%, atingindo os 78,50 dólares no início da manhã, antes de estabilizar em torno dos 72 dólares, de acordo com dados da Reuters. Trata-se de uma das maiores subidas diárias do crude nos últimos meses, impulsionada pela incerteza quanto à estabilidade das rotas de abastecimento de petróleo, nomeadamente no Estreito de Ormuz, por onde transita cerca de um terço do crude mundial.

Risco de nova crise energética global

Analistas internacionais advertiram que o agravamento do conflito entre Israel e o Irão, com eventual envolvimento dos Estados Unidos, poderá empurrar o preço do Brent para níveis superiores a 100 dólares por barril. “Se a situação evoluir para um confronto directo prolongado, ou se o Irão decidir bloquear o Estreito de Ormuz, o mercado poderá enfrentar uma grave ruptura no fornecimento”, referiu o banco de investimento JP Morgan, citado pela Bloomberg.

Em caso de guerra aberta, o preço do petróleo poderá escalar até aos 130 ou mesmo 150 dólares por barril, cenário que representaria um duro golpe para as economias importadoras de energia, como as da União Europeia e da Índia, e que agravaria as pressões inflacionistas a nível global.

Impacto para Angola

Para Angola, enquanto país exportador de petróleo, a alta dos preços poderá traduzir-se num aumento das receitas fiscais e cambiais, permitindo maior folga orçamental ao Executivo. Contudo, um choque prolongado nos mercados petrolíferos internacionais também poderá encarecer as importações de bens e serviços, impactando negativamente a inflação interna e os custos dos combustíveis e dos transportes.

Incógnitas no horizonte

Até ao momento, o Irão não anunciou uma resposta militar ao ataque israelita, mas as autoridades de Teerão prometeram represálias. Washington alertou para a possibilidade de ataques a navios no Golfo Pérsico, elevando ainda mais a incerteza nos mercados.

“Estamos perante um risco real de disrupção das exportações de petróleo do Golfo, o que poderá alimentar uma crise energética global semelhante à dos anos 70”, sublinhou um analista do Financial Times.

O mercado continuará atento ao desenrolar da situação nos próximos dias, enquanto cresce a expectativa sobre uma eventual intervenção diplomática que evite um conflito de maiores proporções.

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