Nouakchott, 14 de Maio de 2025 (AFP) – O ex-presidente da Mauritânia, Mohamed Ould Abdel Aziz, foi condenado esta quarta-feira, em segunda instância, a 15 anos de prisão por envolvimento em um vasto esquema de corrupção durante o seu mandato (2008–2019). A sentença, proferida por um tribunal de apelação em Nouakchott, agrava significativamente a pena inicial de cinco anos decretada em dezembro de 2023.

Aziz foi julgado ao lado de uma dúzia de antigos altos funcionários, entre eles dois ex-primeiros-ministros, diversos ex-ministros e empresários próximos, por crimes de enriquecimento ilícito, tráfico de influência e lavagem de dinheiro.
O tribunal também determinou o confisco dos bens do ex-presidente e a perda dos seus direitos civis, impedindo-o de exercer qualquer cargo público ou político no futuro.
Segundo um jornalista da AFP presente na audiência, Mohamed Ould Abdel Aziz manteve-se impassível no momento da leitura da sentença.
A condenação representa um duro golpe para o antigo líder militar, que chegou ao poder após um golpe de Estado em 2008 e permaneceu no cargo até 2019. Desde então, enfrenta um processo de queda em desgraça sob o mandato do seu sucessor e antigo aliado, Mohamed Ould Cheikh El Ghazouani, atual presidente da Mauritânia.
Detido preventivamente desde janeiro de 2023, Aziz já havia passado vários meses na prisão em 2021, durante as investigações iniciais do caso. A sua defesa acusa o poder político de promover uma perseguição com motivações pessoais, o que o governo nega categoricamente.
Este é um dos mais emblemáticos casos de combate à corrupção na história recente da África Ocidental, sendo acompanhado de perto por observadores internacionais e organizações de direitos humanos, que pedem garantias de imparcialidade e respeito pelos direitos de defesa.