Londres/Nova Iorque, 29 de abril de 2025 – Os preços internacionais do petróleo registaram uma forte queda esta terça-feira, pressionados pelo receio de uma desaceleração económica provocada pela guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, bem como pela incerteza quanto ao futuro da produção da Opep+.
No mercado de Londres, o barril de Brent do mar do Norte para entrega em junho recuou 2,44%, sendo cotado a 64,25 dólares. Já em Nova Iorque, o barril de West Texas Intermediate (WTI), também com entrega em junho, caiu 2,63%, para 60,42 dólares.
“É a mesma história de sempre: o petróleo segue sob pressão devido às preocupações com as tarifas alfandegárias”, afirmou Andy Lipow, analista da Lipow Oil Associates, em declarações à agência AFP.
Os mercados temem que a prolongada disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo leve a uma diminuição da procura global por petróleo. O próprio Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu em baixa, na semana passada, as suas previsões de crescimento económico mundial em 0,5 pontos percentuais — com cortes mais acentuados para a China (0,6 pontos) e os EUA (0,9 pontos).
Dados económicos divulgados esta terça-feira nos Estados Unidos também contribuíram para a retração dos preços. Um dos principais índices que mede a confiança dos consumidores caiu para o nível mais baixo desde a pandemia da covid-19, refletindo o impacto das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump.
Ao mesmo tempo, o mercado acompanha de perto os sinais da Opep+ quanto a um possível aumento da oferta. O cartel e seus aliados preveem aumentar a produção em 411 mil barris por dia a partir de maio, uma medida que tem pressionado os preços desde o início de abril.
“A expectativa agora gira em torno da reunião da Opep+ marcada para 5 de maio, onde será decidida a possível expansão da produção”, destacou Phil Flynn, analista do Price Futures Group.