A empresa chinesa Ming Quan pretende investir 150 milhões de dólares na construção de uma fábrica de equipamentos agrícolas em Angola. A informação foi avançada por Li Bo, CEO da companhia, que destacou que o projecto visa impulsionar a mecanização da agricultura nacional e reduzir a dependência do país das importações alimentares.
A futura unidade industrial deverá ser implantada na província do Bengo e contará com uma área estimada entre 30 a 50 hectares. O objectivo é fornecer ao país maquinaria moderna e tecnologia de irrigação que permita produzir durante todo o ano, contrariando a actual agricultura sazonal dependente das chuvas.
Angola possui 35 mil hectares de terra arável, mas apenas 10% está actualmente em exploração. O investimento chinês poderá ajudar a mudar esse cenário, melhorando a produtividade agrícola e promovendo a segurança alimentar.
“Queremos ajudar Angola a caminhar rumo à autosuficiência alimentar. Com os meios certos, é possível acabar com a fome no país em um a dois anos”, afirmou um produtor local durante a apresentação do projecto.
A parceria surge no contexto das relações político-diplomáticas de 42 anos entre Angola e China, reforçadas por 14 anos de cooperação estratégica. A China tem partilhado a sua experiência no combate à pobreza, que considera ter superado em 2020 graças ao fortalecimento da agricultura e à industrialização.
Com este passo, Angola poderá ainda reduzir os elevados custos com a importação de alimentos, um dos principais entraves à estabilidade económica. Especialistas defendem que o país deve aproveitar a mais-valia da terra disponível, aliada ao investimento estrangeiro, para tornar a agricultura um dos pilares do desenvolvimento sustentável.
