Quarta-feira, 5 de Fevereiro, 2025

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PR de Moçambique anuncia consenso com líderes políticos para reformas estatais

O Presidente moçambicano, Daniel Chapo, anunciou esta segunda-feira consenso sobre termos de referência para discutir reformas estatais, incluindo alterações à lei eleitoral, após encontro com quatro líderes de forças partidárias, no âmbito do diálogo em curso no país.

PR de Moçambique anuncia consenso com líderes políticos para reformas estatais

“Estivemos com as lideranças, trabalhamos durante a tarde no âmbito do segmento do diálogo político e temos termos de referências para trabalhar já no documento que pode terminar, depois de todo o consenso formulado, com assinaturas, como um compromisso concreto das lideranças com representação na Assembleia da República”, declarou o Presidente moçambicano.

Em causa está o debate político do Presidente moçambicano com partidos políticos para discutir reformas estatais, incluindo a alteração da lei eleitoral e da Constituição da República, iniciado pelo anterior Presidente, Filipe Nyusi, em face da crise pós-eleitoral no país.

Dirigentes dos quatro partidos – Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), o Partido para o Desenvolvimento Optimista de Moçambique (Podemos), a Nova Democracia (ND) e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) – estiveram reunidos hoje com o Presidente moçambicano.

Em declarações à comunicação social após o encontro, Chapo afirmou que o diálogo político em curso visa buscar “consensos” para que não se repita “uma situação igual”, referindo-se à crise que se seguiu às eleições de 09 de outubro de 2024 e que culminou em confrontos entre manifestantes nas ruas, vandalizações e saques de bens.

“A ideia é que depois seja dado o passo seguinte, que é abrir este diálogo a todos os estratos sociais, a sociedade civil, o setor privado, e lideranças comunitárias, religiosas e setor público e a comunicação social”, indicou Daniel Chapo, apontando que o debate em curso visa caminhar para as reformas anteriormente referenciadas.

Os mesmos partidos tinham participado, em 09 de janeiro, numa nova ronda do diálogo com o anterior Presidente de Moçambique, tendo-se confirmado a criação de equipas técnicas de trabalho para discutir reformas estatais, incluindo a alteração da lei eleitoral e a Constituição da República.

Moçambique vive desde 21 de outubro um clima de forte agitação social, protestos, manifestações e paralisações, convocadas pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, com confrontos violentos entre a polícia e os manifestantes, além de saques e destruição de equipamentos públicos e privados.

Venâncio Mondlane não reconhece os resultados proclamados das eleições gerais de 09 de outubro, que deram a vitória a Daniel Chapo, já empossado como quinto Presidente de Moçambique.

De acordo com a plataforma eleitoral Decide, organização não-governamental que monitoriza os processos eleitorais em Moçambique, nestes protestos há registo de pelo menos 315 mortos, incluindo cerca de duas dezenas de menores, e pelo menos 750 pessoas baleadas.

Lusa

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