Quarta-feira, 19 de Fevereiro, 2025

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Deputada do Chega gera polémica ao chamar imigrantes de “ratos” em debate televisivo

Rita Matias, deputada do partido Chega em Portugal, está no centro de uma polémica após ter utilizado uma expressão controversa durante um debate televisivo. No programa Frente a Frente, da News Now, que teve lugar no dia 16 de janeiro, a deputada afirmou que era necessário “limpar Lisboa dos ratos”. A declaração foi feita num debate com o eurodeputado do PS, Bruno Gonçalves, e muitos interpretaram a expressão como dirigida aos imigrantes que vivem na capital portuguesa.

A declaração gerou uma onda de indignação, com críticas vindas de vários setores da sociedade portuguesa e internacional. Organizações de defesa dos direitos humanos classificaram o comentário como xenófobo e inaceitável num país que sempre se orgulhou da sua história multicultural.

Portugal é o lar de uma grande comunidade de imigrantes, incluindo muitos cidadãos angolanos, devido aos laços históricos entre os dois países. De acordo com dados recentes, a comunidade angolana em Portugal conta com mais de 55.000 pessoas, tornando-se a segunda maior comunidade estrangeira no país, atrás apenas dos brasileiros.

Os angolanos têm desempenhado um papel significativo na economia e na sociedade portuguesa, contribuindo em áreas como saúde, construção civil, educação e comércio. No entanto, episódios como o que envolveu Rita Matias podem prejudicar o ambiente de integração, alimentando tensões sociais.

Diversos líderes políticos e sociais condenaram a fala da deputada do Chega. Ana Gomes, ex-eurodeputada e figura pública em Portugal, classificou o comentário como “um discurso de ódio disfarçado de política”. Já Rui Tavares, deputado do Livre, destacou que é necessário combater a retórica xenófoba que ameça os princípios democráticos.

Por outro lado, Rita Matias e o partido Chega justificaram a declaração, alegando que a expressão foi “mal interpretada” e que se referia, alegadamente, à criminalidade e aos problemas urbanos da cidade. Contudo, a ambiguidade da afirmação reforçou as críticas de que o partido continua a fomentar discursos discriminatórios.

Portugal tem sido um destino preferido para muitos angolanos que buscam melhores condições de vida, educação e trabalho. Episódios de discriminação ou discurso de ódio podem criar barreiras na integração dessas comunidades e prejudicar as relações entre Portugal e os países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP).

O incidente serve como um alerta para a necessidade de promover uma narrativa inclusiva, que valorize a diversidade cultural e combata qualquer forma de preconceito. Enquanto isso, as declarações da deputada continuam a ser debatidas no parlamento e nas redes sociais, evidenciando a crescente polarização política em Portugal.

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