Os preços do petróleo registaram uma descida significativa nesta quinta-feira (16), após uma sequência de aumentos motivados pelas novas sanções impostas pelos Estados Unidos à Rússia. Os operadores do mercado agora ajustam suas posições, prevendo uma desaceleração num contexto sem novos fatores de estímulo.
O barril de Brent do Mar do Norte para entrega em março caiu 0,90%, fixando-se em 81,29 dólares. Já o West Texas Intermediate (WTI), referência nos Estados Unidos, recuou 1,70%, sendo negociado a 78,68 dólares por barril, com entrega em fevereiro.
Efeito das sanções e reação do mercado
Segundo Stephen Schork, do Grupo Schork, “o mercado claramente enlouqueceu” nos últimos dias devido às medidas sancionatórias anunciadas por Washington e Londres contra a Rússia, que atingem diretamente as principais empresas petrolíferas russas, como a Gazprom Neft e a Surgutneftegas, além de mais de 180 embarcações ligadas ao setor.
As sanções podem forçar países como Índia, China e Turquia a procurar outros fornecedores, como os produtores do Médio Oriente, aumentando a concorrência no mercado internacional.
Por outro lado, a possibilidade de novas restrições ao petróleo iraniano durante a transição para o governo Trump nos Estados Unidos também contribuiu para agitar o mercado, de acordo com Schork.
Retrocesso técnico
Para Robert Yawger, analista da Mizuho USA, o declínio registado nesta sessão pode ser interpretado como um “retrocesso técnico”. Após várias sessões de subida acentuada, os preços atingiram níveis em que a procura se tornou insustentável. “Já não há mais ninguém comprando nesses níveis de preços”, explicou Yawger.
A volatilidade no mercado petrolífero reflete a incerteza global, tanto em relação ao impacto das sanções como às alterações nas dinâmicas de fornecimento e procura.
AFP