Teve início nesta quinta-feira a reunião preparatória conjunta entre os Ministros da Agricultura e dos Negócios Estrangeiros dos Estados membros da União Africana, em Kampala, Uganda. Este encontro culminará no sábado com a realização da Cimeira Extraordinária da organização, que será presidida pelo Presidente da República de Angola, João Manuel Gonçalves Lourenço. O chefe de Estado angolano parte hoje, sexta-feira, para Kampala, onde assumirá a condução dos trabalhos.
A Cimeira tem como foco central a segurança e soberania alimentar, num contexto em que o continente africano enfrenta desafios significativos relacionados ao abastecimento e à produção sustentável de alimentos.
Documentos estratégicos em destaque
A preparação inclui a análise e formulação de dois documentos essenciais que serão submetidos aos chefes de Estado para aprovação:
- Declaração de Kampala, que estabelece diretrizes detalhadas para a política agrícola africana;
- Estratégia e Plano de Ação 2026-2035, concebidos para promover o desenvolvimento agrícola sustentável.
O Ministro das Relações Exteriores de Angola, António Teté, destacou a pertinência da cimeira, salientando o trabalho do Programa Integrado de Desenvolvimento da Agricultura em África (IDA), também conhecido pela sigla CAADP em inglês, que desde 2003 implementa planos decenais voltados para o reforço dos sistemas alimentares no continente.
“Esta Cimeira surge num momento em que as crises globais recentes reforçaram a necessidade de segurança e soberania alimentar em África. O continente deve ser visto como um ator fundamental na produção de alimentos e não apenas como receptor de assistência alimentar”, afirmou o ministro.
Participação de líderes africanos
No sábado, estima-se a presença de cerca de uma dezena de chefes de Estado, acompanhados de delegações dos 55 membros da União Africana. A sessão de abertura contará com um discurso do Presidente João Lourenço, que também encerrará os trabalhos com um segundo pronunciamento.
Esta Cimeira Extraordinária, presidida por João Lourenço, substitui o Presidente da Mauritânia, ausente por motivos pessoais, e antecipa a Cimeira Ordinária da União Africana, marcada para fevereiro.
A reunião é vista como um passo crucial para fortalecer o papel de África como produtor global de alimentos, promovendo políticas que assegurem sustentabilidade e autonomia no setor agrícola.