O Comité Central do MPLA, organização política no poder em Angola, elegeu esta terça-feira para vice-presidente do partido Mara Quiosa, que substitui no cargo Luísa Damião, que cumpria desde 2018 essa função.
Mara Quiosa, governadora da província do Cuanza Sul e eleita com 585 votos dos 693, foi felicitada pelo líder do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), João Lourenço, destacando o seu trabalho positivo.
Segundo João Lourenço, o MPLA reconhece o mérito daqueles “que de forma incansável” deixam bem o partido e o país.
“Aqueles que trabalham não precisam de ser eles a dizer que eu sou um bom quadro, eu sou um bom político, mereço o lugar A ou B. O mérito deve ser reconhecido pelos outros, deve ser reconhecido pelo partido e o partido tem olhos para ver quais são os quadros e dirigentes que de forma incansável deixam sempre ficar bem o nosso partido e o nosso país”, frisou.
A nova vice-presidente do MPLA foi eleita com 585, o correspondente a 95,7% dos votos, 17 contra, nove abstenções, seis nulos e 15 em branco.
Em declarações à imprensa, Mara Quiosa prometeu trabalhar “de forma mais aguerrida” para não defraudar a confiança depositada em si pelo líder.
“De facto temos alguma experiência, mas nada comparado ao que deveremos realizar agora, mas sim vamos continuar a trabalhar, a ajudar o camarada presidente nesta caminhada, continuando a manifestar o nosso apoio incondicional ao nosso líder”, referiu.
Mara Quiosa citou também o desafio de continuar a trabalhar manter coeso o partido, a dar toda atenção a todas as estruturas de base.
“O nosso partido continua organizado, continua coeso, temos todas as nossas organizações em pleno funcionamento, o que nós vamos continuar a fazer agora é fazer este acompanhamento, que de alguma forma já tem estado a acontecer”, afirmou.
A reunião do Comité Central do MPLA, realizada depois do VIII congresso extraordinário do partido que encerrou hoje, elegeu o novo Bureau Político, a maioria dos membros reconduzidos, e o coordenador da Comissão de Disciplina, Ética e Auditoria, Pedro Neto e como sua adjunta, Mariana Filipe.
Logo a seguir o Bureau Político do MPLA elegeu o secretariado por unanimidade, com alguns ajustes, dos quais se destaca o regresso de Mário António, como secretário para o Departamento dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, Nádia Monteiro, secretária para Administração e Finanças, Roberto de Almeida, presidente da Fundação Sagrada Esperança convidado permanente.
Na sua intervenção final, João Lourenço disse que este congresso “que contrariou o sentimento pessimista de algumas pessoas” decorreu num ambiente “de harmonia e camaradagem”, frisando que “os objetivos foram atingidos”.
O VIII congresso extraordinário do MPLA serviu para reflexão dos 50 anos de independência de Angola, que se assinala a 11 de novembro de 2025, e ajustamento aos estatutos do partido, com destaque para o artigo 120º, sobre a Designação do Candidato a Presidente e vice-Presidente da República.
Com este ajuste, o candidato a Presidente e vice-Presidente da República passam a ser designados pelo Comité Central, proposto pelo Bureau Político do MPLA.
Lusa