Pelo menos seis pessoas ficaram feridas, incluindo a jovem atropelada, durante confrontos entre manifestantes e a polícia esta quarta-feira, em protestos convocados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, anunciou hoje o Hospital Central de Maputo (HCM).
“Duas das vítimas foram mulheres, sendo que uma já teve alta. Os restantes foram homens que tiveram lesões leves, possivelmente por bala de borracha; tivemos dois com lesão no olho e ombros e outros tiveram lesões nos membros inferiores, possivelmente por cartuchos de gás lacrimogéneo pela extensão das feridas”, disse o diretor do Serviço de Urgência de Adulto no HCM, o maior hospital do país, Dino Lopes, em declarações à comunicação social.
Relativamente à jovem que foi atropelada por um veículo militar, o responsável adiantou que teve “lesões na cabeça”, permanecendo internada no HCM, mas fora de perigo.
As Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) assumiram na quarta-feira terem atropelado uma jovem na capital moçambicana, esclarecendo que o veículo se encontrava “numa missão de proteção de objetos económicos” contra manifestantes e que a vítima foi socorrida.
Pelo menos três pessoas morreram e outras cinco ficaram feridas devido ao disparo de tiros na quarta-feira em Moçambique nas manifestações de contestação dos resultados eleitorais, indicou a Organização Não-Governamental (ONG) moçambicana Plataforma Eleitoral Decide.
O candidato presidencial Venâncio Mondlane tinha apelado na terça-feira à população moçambicana para, durante três dias, começando quarta-feira, abandonar os carros a partir das 08:00 nas ruas, com cartazes de contestação eleitoral, até regressarem do trabalho.
Venâncio Mondlane tem convocado estas manifestações, que degeneram em confrontos com a polícia e das quais resultaram cerca de 70 mortos e mais de 200 feridos, como forma de contestar a atribuição da vitória a Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), com 70,67% dos votos, segundo os resultados anunciados em 24 de outubro pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.
Lusa