A banca angolana teve uma deterioração dos indicadores e da qualidade dos ativos no terceiro trimestre de 2024, com aumento do risco de crédito, e diminuição da rentabilidade, demonstrando, contudo, solidez face aos riscos, segundo o banco central.
A avaliação é do Comité de Estabilidade Financeira (CEF) do Banco Nacional de Angola (BNA), que anunciou ainda que decidiu manter a reserva de conservação em 2,50%, aplicável a todas as instituições financeiras bancárias, num comunicado divulgado hoje sobre os resultados da reunião que decorreu entre 22 e 26 de novembro, onde avaliou os principais fatores de risco sistemático da banca angolana.
O BNA manteve também a reserva contracíclica (reserva adicional constituída por fundos próprios principais devido a um crescimento excessivo de crédito) em 0% e decidiu publicar a nova lista de instituições bancárias de importância sistemática doméstica (D-SIBs, na sigla inglesa), cujas reservas adicionais devem situar-se entre 1% e 2%.
São instituições financeiras bancárias de importância sistémica em Angola os bancos BAI, BFA, BPC, SBA, KEVE, BCI, BMA, BNI, Banco Sol e o Banco Económico.
De acordo com o CEF, o setor bancário demonstrou durante os meses de julho, agosto e setembro “solidez suficiente” para fazer face aos riscos da atividade financeira, com base na adequação de capital e nos índices de liquidez, uma vez que estes se encontram acima do mínimo regulamentar.
Este organismo do BNA observa, no entanto, que no terceiro trimestre persistiu a deterioração dos indicadores da qualidade do ativo, com o aumento do risco de crédito, diminuição da rentabilidade em termos homólogos e exposição ao risco soberano, “não obstante a sua tendência decrescente”.
A próxima reunião do CEF vai realizar-se em Luanda no dia 07 de março de 2025.
Lusa
