Segunda-feira, 23 de Dezembro, 2024

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Relatório diz que a casa é o local de maior risco para as mulheres

O relatório divulgado por ocasião do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres revelou dados alarmantes: em 2023, cerca de 51 mil mulheres e raparigas foram assassinadas por parceiros ou membros da própria família, representando uma média de 140 vítimas por dia. O continente africano lidera em termos de vítimas, com uma taxa de 3 mortes em cada 100 mil habitantes, seguido pelas Américas.

Comparado a 2022, houve um aumento de 2.300 vítimas. Em Angola, a questão é igualmente preocupante, com as autoridades reportando 3.453 casos de violência doméstica entre janeiro e outubro deste ano, representando um aumento de 99% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Ações nacionais e conferência

No âmbito do combate à violência baseada no gênero, realizou-se esta segunda-feira a 7ª Conferência Nacional sobre Mulher e Violência, que reuniu participantes de todo o país. Durante o evento, foram discutidas estratégias para erradicar a violência contra mulheres e raparigas, incluindo aquelas com deficiência, um grupo muitas vezes negligenciado.

A conferência também destacou a necessidade de reforçar a justiça, com sanções mais rigorosas e um acompanhamento eficaz para proteger as vítimas e punir os infratores.

Estatísticas alarmantes

Dados das autoridades mostram que, em média, são registados 14 crimes de violência doméstica por dia, com um crime a cada 1 hora e 40 minutos. Entre os tipos de violência, destacam-se:

  • Violência física: 1.278 casos;
  • Violência sexual: 514 casos;
  • Violência psicológica: 512 casos;
  • Violência patrimonial: 265 casos.

No mesmo período, 1.176 casos de abuso sexual contra menores foram reportados, com uma média de 5 ocorrências diárias e 831 detidos.

O papel das instituições

O evento também contou com representantes de igrejas, ONGs e vários ministérios, que discutiram estratégias conjuntas para mitigar a violência e promover a igualdade de gênero. A ministra da Ação Social, Família e Promoção da Mulher, destacou a importância de traçar políticas eficazes que protejam as vítimas e promovam uma sociedade mais justa e segura.

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