Nesta quinta-feira, 21 de novembro, foi apresentado no Auditório Saydi Mingas, no Museu da Moeda, o relatório Perspectivas Económicas Regionais da África Subsariana: Reformas num contexto de grandes expectativas, elaborado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). O evento reuniu especialistas, governantes e representantes de instituições financeiras para debater os desafios e tendências económicas da região.
Durante a abertura, o Governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Manuel Tiago Dias, sublinhou que o documento constitui uma ferramenta essencial para compreender o desempenho macroeconómico da região e traçar estratégias eficazes. Ele destacou que o relatório fornece recomendações práticas para mitigar os desafios identificados.
Victor Lledo, representante residente do FMI em Angola, que apresentou o relatório, ressaltou o período económico desafiador da África Subsariana, marcado por progressos e vulnerabilidades. Ele enfatizou a necessidade de reformas estruturais para restabelecer a estabilidade macroeconómica, citando o impacto positivo da consolidação orçamental e do ajustamento das políticas na região.
O relatório destacou conquistas importantes, como a redução significativa do rácio da dívida em Angola desde 2021, atribuída aos esforços fiscais realizados no âmbito do programa com o FMI. Sobre a inflação, foi apontado que, apesar da sua redução na maioria dos países da região, ela permanece acima dos dois dígitos em cerca de um terço deles.
As previsões de crescimento da África Subsariana para 2023 situam-se em 3,6%, com uma expectativa de aumento para 4,2% até 2025, enquanto a inflação deverá manter uma trajetória descendente. Em Angola, projeta-se uma aceleração do crescimento económico impulsionada pela retomada da produção petrolífera e pelo desempenho dos setores agrícola e de serviços.
No entanto, Lledo alertou que muitos países da região ainda enfrentam desequilíbrios macroeconómicos significativos e, para alguns, a reestruturação da dívida será inevitável. Ele destacou que o crescimento económico regional continua insuficiente para melhorar substancialmente o rendimento per capita e promover a convergência com outras regiões do mundo.
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O evento contou com análises de Armando Manuel, Presidente do Fundo Soberano de Angola, e Sérgio Calundungo, Coordenador do Observatório Político e Social de Angola. Ambos abordaram diferentes aspetos do relatório e suas implicações para o desenvolvimento regional.
Encerrando o evento, a Secretária de Estado para o Orçamento, Juciene de Sousa, representando a Ministra das Finanças, enfatizou que os governos da região têm o dever de traduzir as ideias propostas no relatório em ações concretas que promovam o desenvolvimento inclusivo e sustentável, garantindo que a África Subsariana alcance seu pleno potencial.