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Hamas e Fatah acordam comité de gestão comum para a Faixa de Gaza

O chefe interino do grupo islamita Hamas na Faixa de Gaza, Jalil al-Hayya, anunciou esta quarta-feira um acordo com o movimento secular Fatah para a criação de um comité conjunto de gestão do enclave palestiniano com efeitos imediatos.

O Comité de Apoio Comunitário será responsável por “todos os trabalhos governamentais e públicos” e composto por “profissionais palestinianos de Gaza capazes de trabalhar em todas as áreas, tais como saúde, educação, polícia, segurança, defesa civil e municípios”, disse al-Hayya em entrevista à Al-Aqsa TV, afiliada do Hamas.

A ser implementado, o comité representaria uma aproximação entre a Fatah e o Hamas, fações rivais desde que os islamitas expulsaram os secularistas da Faixa de Gaza em 2007, bem como o regresso destes últimos à gestão do enclave no nível governamental.

Al-Hayya indicou que ambos os grupos estão a trabalhar para implementar o comité “imediatamente, começando agora e não apenas quando a agressão [israelita] terminar, através do que já está disponível para estarem preparados para gerir todos os assuntos da vida a nível local”.

Além disso, o líder interino do Hamas salientou que este órgão governamental deve manter uma relação estreita com o executivo da Fatah da Autoridade Nacional Palestiniana na Cisjordânia.

“Gaza não está isolada, é parte integrante do tecido nacional palestiniano, e apelamos para a coordenação contínua entre a Faixa e a Cisjordânia para proteger os interesses do povo palestiniano e protegê-lo de divisões e ameaças”, declarou.

Uma das maiores exigências de Israel para as negociações de cessar-fogo na Faixa de Gaza é a exclusão do Hamas do governo do enclave.

As negociações entre Israel e o Hamas permanecem paralisadas desde o verão, enquanto ambas as partes se responsabilizam pelas discrepâncias associadas sobretudo ao fim definitivo do conflito e que o Governo israelita não aceita até que tenha eliminado a organização palestiniana.

A guerra foi desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas em 08 de outubro de 2023 em Israel, deixando cerca de 1.200 mortos e levando perto de 250 reféns.

Em retaliação, Israel lançou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou acima de 43 mil mortos, segundo o governo local controlado desde 2007 pelo Hamas.

Lusa

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