O Barómetro de Gestores Angolanos, apresentado esta quarta-feira em Luanda, revelou as percepções e expectativas de 43 gestores de grandes e médias empresas sobre o contexto económico de Angola e do mundo. O estudo, conduzido pela consultora PwC em parceria com a Câmara de Comércio e Indústria Portugal-Angola, destacou um otimismo cauteloso por parte dos líderes empresariais, mas também levantou questões importantes sobre os desafios enfrentados.
Entre os dados mais relevantes, constatou-se que 63% dos gestores não planeiam realizar investimentos no próximo ano, reflexo de um cenário económico ainda incerto. Além disso, a falta de competências adequadas foi apontada como o principal entrave ao desenvolvimento dos negócios, sublinhando a urgência de investir na formação e qualificação dos jovens angolanos, que constituem a maior parte da população.
Questões macroeconómicas, como acesso limitado a divisas, taxas de juro elevadas e inflação, também foram destacadas como fatores que dificultam o crescimento das empresas no país. Apesar disso, os gestores demonstraram uma abordagem resiliente e proativa, buscando soluções para superar os desafios e contribuir para o fortalecimento da economia nacional.
José Bizarro, representante da PwC, afirmou que o estudo visa agregar preocupações e identificar oportunidades para impulsionar o ambiente empresarial em Angola. Ele reforçou que o barómetro é um contributo estratégico para a tomada de decisões e para o desenvolvimento de políticas públicas alinhadas às necessidades do setor privado.
O evento, que contou ainda com debates sobre as oportunidades de investimento e o posicionamento de Angola no mercado global, sublinhou a importância de adotar medidas que promovam a criação de riqueza, a capacitação de talentos e a sustentabilidade económica no país.